sexta-feira, 20 de março de 2009

Série: Sambistas em Campos III (Nelson Sargento)

SESC Campos trouxe o Sargento do Samba a Campos
Em 2007 o SESC Campos apresentou um show com o sambista Nelson Sargento. Ele que é um mito do samba brasileiro, se tornou um artista multimídia. Paralelo ao seu show, estava exposto seu trabalho em artes plásticas.
Nelson Sargento é o nome artístico do compositor e pintor Nelson Mattos, nascido em 25 de julho de 1924, na Santa Casa de Misericórdia, no Rio de Janeiro. Passou sua infância na Tijuca, morando com uma família de comerciantes atacadistas portugueses, para os quais a sua mãe, Rosa Maria da Conceição, trabalhava como empregada doméstica. Nos finais de semana, a mãe o levava para visitar a família no morro do Salgueiro.Mangueirense, é compositor de sambas belíssimos; "As Quatro Estações do Ano", por exemplo, é considerado por um júri de especialistas o mais bonito samba-enredo da Estação Primeira de Mangueira de todos os tempos. É também uma espécie de memória viva da Mangueira. Em 1994, gravou no Japão sambas inéditos de Cartola e, se alguém quiser saber alguma coisa de Geraldo Pereira, é só conversar com Nelson Sargento.Desde jovem, ajudava o padrasto, Alfredo Português, nas obras, pintando as paredes das casas. Durante um intervalo de trabalho, decidiu aproveitar o que estava ao seu alcance: madeira, tinta, lixa, massa e pincel. "Aconteceu por acaso, eu tinha um pedaço de madeira e estava apanhando um resto de massa que caía. Eu não sei porquê fiquei com raiva e comecei a passar aquela massa em cima do caixote. Quando secou, eu tive um desejo e pensei: vou pintar".Naquela época, ele trabalhava perto da casa de Sérgio Cabral, que o estimulou nessa atividade. Quando conseguiu reunir seis quadros, fez uma mostra durante o aniversário do crítico musical e conseguiu vender tudo. O primeiro a comprar um quadro foi Paulinho da Viola.Pelo menos um de seus sambas, "Agoniza mas não Morre", pode figurar em qualquer lista dos melhores sambas de todos os tempos. (http://www.samba-choro.com.br)

Série: Sambistas em Campos II (Alex Ribeiro)

Filho de Roberto Ribeiro se apresentou em Campos
Alex Ribeiro, filho do ilustre sambista campista Roberto Ribeiro apresentou no Teatro Trianon, um tributo à memória de seu pai. Roberto Ribeiro é considerado por muitos o melhor sambista de todos os tempos. Na ocasião foi apresentado aos campistas o livro Dez anos de Saudade, escrito por sua viúva, Liette de Souza Maciel.
Vale lembrar que na quadra da Escola de Samba Império Serrano há um Museu dedicado a Roberto Ribeiro.

Série: Sambistas em Campos I (Monarco)


Monarco em Campos
Monarco esteve em Campos fazendo um show no Piccolo Trianon no dia 12 de julho de 2007, numa produção de Lene Moares. Monarco está entre os compositores mais respeitados da sua geração. E, mesmo sendo um dos mais jovens integrantes da Velha Guarda da Portela é autor de músicas que foram sucessos nas vozes de Martinho da Vila (Tudo menos Amor), Paulinho da Viola (Passado de Glória) e Clara Nunes (Rancho da Primavera).Monarco da Portela é o nome artístico do carioca Hildemar Diniz, que tem 66 anos de idade e 50 anos de samba, e sua geração tende a se perpetuar no samba, pois além do filho, o grande maestro Mauro Diniz, de 45 anos de idade, tem o Marcos Diniz com 35 anos de idade, que também é compositor. Os filhos seguem a tradição de Monarco e seus parceiros da antiga, todos já falecidos: Alcides Dias Lopes(o Malandro Histórico da Portela), Chico Santana, Manacea e Mijinha, Candeia.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Série Biografias - VIII (Zezé Mota)

Xica de Campos
Maria José Motta nasceu em Campos, RJ, em 27 de junho de 1944. Transferiu-se com a família para o Rio de Janeiro aos dois anos de idade. Estudou no Tablado, curso de teatro de Maria Clara Machado.

Começou sua carreira como atriz em 1967, estrelando a peça "Roda-viva", de Chico Buarque, sob a direção de José Celso Martinez Corrêa. Atuou, a seguir, em "Fígaro, Fígaro", "Arena conta Zumbi", "A vida escrachada de Joana Martine e Baby Stompanato", em 1969, "Orfeu negro", em 1972, e "Godspell", em 1974, entre outras.

Iniciou sua carreira de cantora em 1971, apresentando-se como crooner das casas noturnas Balacobaco e Telecoteco (SP). Produzida por Guilherme Araújo, apresentou-se em show realizado no Museu de Arte Moderna (RJ).

Em 1975, gravou, com Gerson Conrad, o LP "Gerson Conrad e Zezé Motta".

Ainda na década de 1970, lançou os LPs "Zezé Motta" (1978) e "Negritude" (1979).

Na década de 1980, lançou os LPs "Dengo" (1980), "Frágil força" (1985), e, com Paulo Moura, Djalma Correia e Jorge Degas, "Quarteto negro" (1987).

Em 1995, gravou o CD "Chave dos segredos".

Apresentou-se, representando o Brasil, a convite do Itamaraty, em Hannover (Alemanha), Carnegie Hall de Nova York (EUA), França, Venezuela, México, Chile, Argentina, Angola e Portugal.

Como atriz, participou dos filmes "A rainha diaba", "Vai trabalhar vagabundo", "A força de Xangô", "Xica da Silva", filme que a consagrou internacionalmente e pelo qual recebeu vários prêmios, "Tudo bem", "Águia na cabeça", "Quilombo", "Jubiabá", "Anjos da noite", "Sonhos de menina-moça", "Natal da Portela", "Prisioneiro do Rio", "El mestiço", "Dias melhores virão", "Tieta", "O testamento do sr. Napumoceno" e "Orfeu".

Em televisão, atuou nas novelas "Corpo a corpo", "Pacto de sangue", "A próxima vítima" e "Corpo dourado" e nas minisséries "Memorial de Maria Moura" e "Chiquinha Gonzaga", da Rede Globo, nas novelas "Kananga do Japão" e "Xica da Silva", e na minissérie "Mãe-de-santo", da Rede Manchete.

Em 2000, lançou o CD "Divina saudade", interpretando o repertório de Elizeth Cardoso, com arranjos e produção musical de Roberto Menescal e Flávio Mendes. Realizou show homônimo pelo Brasil, entre 2000 e 2002.

Em julho de 2002, apresentou o espetáculo no Canecão, no Rio de Janeiro.

Destacam-se, entre seus maiores sucessos como cantora, suas gravações de "Dores de amores" e "Magrelinha", canções de Luiz Melodia, "Trocando em miúdos" (Chico Buarque e Francis Hime), "Prazer Zezé" (Rita Lee e Roberto de Carvalho), "Crioula" (Moraes Moreira) e "Senhora Liberdade" (Wilson Moreira e Nei Lopes).
Biografia: Dicionário Cravo Albim da Música Popular Brasileira

terça-feira, 17 de março de 2009

Roberto Ribeiro no You Tube


Roberto Ribeiro no You Tube
O sambista campista Roberto Ribeiro está "vivo" nas ondas da internet. São várias aparições no youtube, canal que disponibiliza gratuitamente vídeos postados pelos internautas. Entre elas memoráveis clips exibidos pelo programa Fantástico da rede Globo. Vale a pena conferir e matar a saudade.


Roberto Ribeiro canta "Todo menino é um rei" neste clipe do "Fantástico" de 1978.

http://www.youtube.com/watch?v=c_Z-tzuhnVA&feature=related

Clementina de Jesus e Roberto Ribeiro cantam "Cocorocó" (Paulo da Portela) no "Fantástico" de 1979.

http://www.youtube.com/watch?v=WlqJ2r7_wD0&feature=related

Roberto Ribeiro interpreta a música Acreditar de Dona Yvone Lara/Délcio Carvalho Direção e edição: Farouk Salomão

http://www.youtube.com/watch?v=Sbu2Gf9Fid4&feature=related

Alcione e Roberto Ribeiro: Mel pra minha dor

http://www.youtube.com/watch?v=bIV50i0gXus&feature=related

CARNAVAL_COMPLETO VINHETA IMPERIO 1980 ROBERTO RIBEIRO

http://www.youtube.com/watch?v=1-W5fIu6Swo&feature=related


Gonzaguinha e Roberto Ribeiro Cantando "E vamos a luta" no especial Luiz Gonzaga JR. Tema de abertura da novela Duas Caras

http://www.youtube.com/watch?v=3ep0b50-g0U

Roberto Ribeiro e Nadinho da Ilha cantam "Mora na Filosofia" (Monsueto) no Fantástico de 1979.

http://www.youtube.com/watch?v=dm2u9T9nc74

Roberto Ribeiro canta "Me deixa em paz" (Monsueto) no Fantástico de 1979.

http://www.youtube.com/watch?v=rqd56vRwA2M&feature=related

Alcione, Gonzaguinha e Roberto Ribeiro: E Vamos À Luta

http://www.youtube.com/watch?v=drwsatfNUO0

Makley Matos canta Partilha - Roberto Ribeiro

sexta-feira, 13 de março de 2009

Política no Samba


O samba do Getúlio doido

Nos anos 30 e 40 o país botava a orelha no rádio para ouvir as marchinhas e sambas-canção de Ari Barroso, Lamartine Babo, Noel Rosa e Cartola. Getúlio logo viu que podia usar a música popular a seu favor.
As Escolas de Samba, que eram ajudadas apenas por alguns comerciantes, passaram a ter dinheiro do governo. O interessante foi que, em 1933, o pessoal do Morro do Salgueiro esteve ameaçado de ser despejado. Quem assumiu a liderança da Comunidade foi a Escola de Samba. Procuraram Vargas e ele, esperto, garantiu a continuidade da favela.
Em 1937 Vargas baixou um decreto (que dura até hoje) obrigando o enredo da Escola de Samba a só falar de temas “históricos e patrióticos”. Daí é que vieram esses intermináveis sambas sobre a Princesa Isabel ou sobre as marvilhas do governo getulista. Claramente, o uso de uma manifestação popular para tecer uma imagem favorável ao Estado Novo.
As letras de música eram censuradas pelo DIP. O exemplo mais famoso foi um samba composto por Ataulfo Alves e Wilson Batista, O bonde de São Januário (1941). A letra original exaltava a figura do “malandro” esperto, que vivia na boemia, que não era trouxa de virar operário e entrar “no bonde de São Januário” (bairro industrial) que “leva mais um otário” para trabalhar. O DIP marcou em cima e a letra teve que ser mudada para: “Quem trabalha é que tem razão/eu digo e não tenho medo de errar/ O Bonde de São Januário/leva mais um operário:/sou eu que vou trabalhar. //Antigamente eu não tinha juízo/Mas resolvi garantir meu futuro/Vejam vocês:/Sou feliz, vivo muito bem/ A boemia não dá camisa a ninguém...”

Fonte:
Nova História crítica do Brasil – 500 anos de História malcontada
Mario Schmidt
Editora Nova Geração
1998
* Sugestão da historiadora Vera Vasconcelos.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Samba nas Artes Plásticas

O Samba foi retratado numa tela pelo pintor brasileiro Emiliano Di Cavalcanti em 1925. A pintura, óleo sobre tela, está representada numa reprodução na exposição Arte Brasil - Um Giro em Nossa História com obra do Modernismo, no SESC Campos, de 18/2 a 26/4.

"Na melhor das versões de Samba, datada de 1925, há uma geometrização sutil das formas das seis figuras, resultando numa integração harmoniosa do conjunto de sambistas. É notável ainda a habilidade com que Di Cavalcanti trabalha as cores esmaecidas. Quem vê o quadro conclui que a mulata de seios parcialmente desnudos é a protagonista da história. Perto dela, os demais sambistas nenhum pintado de corpo inteiro mais parecem uma extensão do fundo do quadro".
Crítica de Marcelo Camacho e Angela Pimenta para a Revista Veja

Grupo Ébano no SESC

SESC Campos apresenta o Projeto Samba, Canja & Feijoada com o Grupo Ébano
Com um repertório que tem como ponto forte o samba de raiz, o Grupo Ébano intercala seus números com saborosas páginas de choro, seja ele o tradicional, seja o mais moderno, criado pelos continuadores desse gênero tão autenticamente brasileiro.

Compositores como Zé Keti, Noel Rosa, Cartola, Guilherme de Brito, Paulinho da Viola, Jorge Aragão, Dona Ivone Lara, além dos campistas Roberto Ribeiro e Wilson Batista, frequentam um acervo de mais de 200 músicas, enriquecido por choros que celebram o talento de seus grandes autores.

Sua principal proposta é a revitalização e a valorização do samba de qualidade, comumente chamado de "samba de raiz", oferecendo oportunidade para as pessoas mais jovens conheçam esse estilo musical que comprova a riqueza de nosso cancioneiro mais genuíno.

Freqüentemente requisitado para audições nos mais diferentes espaços, o Ébano tem se apresentado no Teatro Trianon, no SESC, nos restaurantes Braseiríssimo e Mama Zap, em casas noturnas de Campos dos Goytacazes e cidades vizinhas do estado e também do Espírito Santo, conquistando aplausos e admiração crescentes.

Prestes a comemorar seu primeiro ano de formação, o Ébano é integrado por Sebastião Floriano (o Tico) ao violão; Edy Gomes na percussão; no vocal Dudu, com cavaco e voz; e Oswaldo na percussão.

Dias 12, 19 e 26/3, 19h. Grátis.


SESC Campos
Av. Alberto Torres, 397 - Centro
Telefone: (22) 2725-1209 / 2725-1210

terça-feira, 10 de março de 2009

Samba no Mercado











Samba no Mercado deixou sambistas órfãos

O samba que esquentou durante um tempo o finalzinho de expediente dos campistas infelizmente não deu o ar da graça neste início de ano. O projeto ganhou o nome de Samba no Mercado e se manteve em algumas edições no ano de 2008. A pedida era dar uma passadinha no Mercado Municipal para ouvir o som do Grupo Ébano, que se apresentava com interpretações dos grandes mestres da Música Popular Brasileira, como Cartola, Nelson Cavaquinho, Zé Keti, Paulinho da Viola, Noel Rosa, e, principalmente, a nata do samba campista.

Além de valorizar o gênero, o objetivo do projeto, idealizado pelo repórter-fotográfico Valmir Oliveira, foi promover momentos de descontração para quem sai do trabalho. O início era previsto sempre para 19h, com término às 22h, respeitando a lei do silêncio.
Outra proposta, segundo o repórter-fotográfico, era reunir amigos da imprensa para um bate-papo, já que vários deles já costumavam freqüentar o local. “Acho uma boa oportunidade de integração, de troca de experiências”, ressalta.

Formado por Ed, Dudu e Tico Floriano, o Ébano existe há pouco mais de dois anos. O grupo começou acompanhando a atriz e cantora carioca Daniela Passos, na época em que ainda se chamava Trio de Janeiro, que apostava em um trabalho de valorização do samba dos grandes mestres do batuque.

Até hoje eles não abrem mão de incluir no repertório clássicos de autores consagrados cujo berço foi a Planície Goytacá. Nos shows é comum ouvir sucessos de Délcio Carvalho, os saudosos Wilson Batista, Roberto Ribeiro e tantos outros. Os integrantes do grupo estão gostando da proposta:
— O importante era interceptar as pessoas depois de um dia exaustivo de trabalho, surpreendê-las antes que elas entrem no ônibus ou na van para irem para suas casas. O fluxo de pessoas que passavam ali diariamente era muito grande — comenta Tico Floriano, que diverte-se com a proposta do trabalho: “Poderíamos chamar de samba anti-estresse, pois as pessoas com certeza vão para casa com outro astral”, garante.

Torcemos para que o projeto volte com força total em 2009, já que o samba não pode morrer...

Divulgação do show de Lene Moraes no Jornal O Diário


Cássio Peixoto
Lene Moraes não é campista de nascimento, ams adotou a cidade como sua terra natal e aqui vive há anos. Afilhada da Velha Guarda da Portela, Lene resgatou os sambistas de Campos e os levou para uma apresentação de gala nos arcos da Lapa, no Rio de Janeiro. Hoje, sob esses mesmos arcos, a nossa sambista de primeira, vai cantar e encantar os cariocas. Lene se apresenta hoje, às 22h e amanhã, também às 22h, no Rio Scenarium.

Na apresentação de hoje, e também de amanhã, a quase campista vai contar com a participação de uma campista legítima, mas que há anos está radicada na Cidade Maravilhosa, a cantora e atriz Zezé Mota. No repertório do show de hoje, Lene vai interpretar canções de sambistas consagrados como Clara Nunes, Paulinho da Viola e, como não poderia deixar de ser, também vai interpretar músicas de grandes nomes da Portela.

Moraes - Lene nasceu para os palcos. Aos 14 anos ingressou em grupo de teatro amador, descobriu sua veia artística e ao fazer aulas de canto, descobriu a paixão pela música. A carreira musical começou aos 17 anos em bares, festas e eventos até ser convidada pelo Instituto Bellevile, para representar os Jovens do Brasil, no Intercâmbio Cultural França Brasil.

Foi crooner, fez backing-vocal de Agepê e Dêma, participou de shows de Sérgio Sampaio, Luiz Melodia, Tunai e João Bosco.
Apenas em 1999, realizou sua primeira experiência fonográfica com o CD “Doce Mistério”. Lene então descobriu o samba, e por elese apoaixonou. Traçou sua carreira solo com composições de sambistas e amigos que lhe presentearam com suas obras como Paulinho Rezende, Almir Santana, Salvador Fernandes e Zé Keti.

Foi Lene que resgatou do limbo em que estavam cantores como Délcio Carvalho, Wilson Batista, Roberto Ribeiro, Aluísio Machado, Jurandir da Mangueira e o mestre Geraldo Gamboa. Foi a partir dessa experiêncioa que Lene gravou o CD “Meu Samba Mostra a Cara”, sob a direção musical e arranjos de Renato Arpoador que também lhe entrega algumas de suas composições.

O último CD foi lançado em 2008 e com a participação de compositores consagrados como Délcio Carvalho, velha guarda, escolas de samba de Campos e a impecável banda de sempre. O álbum intitulado: “Brasileira Comum” foi lançado em 2008 no Teatro Trianon. Acompanham Lene nas apresentações de hoje: Renato Arpoador, violão; Alvaro Barcelos, percussão; Henrique Garcia, cavaquinho; Carlinhos Castro, percussão; e Wallace Perez, percussão.

E Zezé? - A campista, sambista, cantora e atris Zezé Mota tem uma história que não caberia em uma página. A campista do distrito de Santa Cruz, Zezé Mota nasceu Maria José Mota em 27 de junho de 1944. Foi com a família para o Rio de Janeiro aos dois anos de idade. Lá, cresceu e encontrou o teatro. Estudou no Tablado, curso de teatro de Maria Clara Machado. A carreira de atriz começou em 1967, com a peça “Roda-viva”, de Chico Buarque. Atuou, também em “Fígaro, Fígaro”, “Arena conta Zumbi”, “A vida escrachada de Joana Martine e Baby Stompanato”, “Orfeu negro” e “Godspell”. A carreira de cantora veio logo depois, em 1971, apresentando-se como crooner em casas noturnas. Em 1975, gravou, com Gerson Conrad, o LP “Gerson Conrad e Zezé Motta”.

Ainda na década de 1970, lançou os LPs “Zezé Motta” (1978) e “Negritude” (1979). Na década de 1980, lançou os LPs “Dengo” (1980), “Frágil força” (1985), e, com Paulo Moura, Djalma Correia e Jorge Degas, “Quarteto negro” (1987). Em 1995, gravou o CD “Chave dos segredos”. Em 2000, lançou o CD “Divina saudade”, interpretando o repertório de Elizeth Cardoso, com arranjos e produção de Roberto Menescal e Flávio Mendes.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Do samba de protesto ao marketing político - Pesquisa acadêmica



Do samba de protesto ao marketing político: o carnaval campista vira a página da história

Paulo de Almeida Ourives1 e Orávio de Campos Soares2

RESUMO:
O presente trabalho consiste em mostrar que as escolas de samba de Campos dos Goytacazes, estado do Rio de Janeiro, estão modificando e mudando a história do samba e do carnaval, quando procuram homenagear políticos da atualidade. O samba, em sua essência original, era uma forma de protesto dos negros contra os senhores de engenho, que os tratavam de forma desumana. Atualmente as escolas de samba de Campos dependem de verbas governamentais para mostrar a sua arte desse modo eles prestam homenagens aos políticos atuais, que aproveitam o seu poder para fazer da escola, e do samba, um marketing político.

Palavras-chave: Folkcomunicação, Cultura popular, Carnaval.

1 Estudante de Comunicação Social, com especialização em Jornalismo na Faculdade de Filosofia de Campos dos Goytacazes (RJ).
2 Professor mestre e orientador da presente pesquisa.

O carnaval como manifestação cultural e folclórica
No livro "As festas populares como processos comunicacionais: Roteiro para o seu inventário, no Brasil, no limiar do século XXI", o autor José Marques de Melo preceitua que “festa é um fenômeno de natureza sócio-cultural que permeia toda a sociedade; significando uma trégua no cotidiano rotineiro e na atividade produtiva”. O pesquisador José Marques de Melo informa que o estudo das festas não pode ser feito de forma estanque sem que se faça uma correlação das festas com a vida quotidiana, as suas rotinas e também com o mundo do trabalho. A festa faz parte do “lazer”, onde as classes populares ingressam de forma intensa quando passam a ter direito ao “ócio”, privilégio que era desfrutado apenas pelas classes mais abastadas da sociedade. O fato é que o carnaval, por ser uma festa pagã, também é uma “festa da desordem”, e José Marques de Melo, pontua com um trecho de Da Matta, esse fato: “Penso que o carnaval é basicamente uma inversão do mundo. (...) Carnaval, pois, é uma inversão porque é competição numa sociedade marcada pela hierarquia. É movimento numa sociedade que tem horror à mobilidade, sobretudo à mobilidade que permite trocar efetivamente de posição social. É exibição numa ordem social marcada pelo falso recato de “quem conhece o seu lugar” - algo sempre usado para o mais forte controlar o mais fraco em todas as situações”. (Da Matta, 1984: 74-78) As festas brasileiras, apesar dessa renovação como espaço típico de lazer, preservam sua natureza diversificada e ao mesmo tempo permanecem hibridamente fincadas em suas raízes populares. Origem do Carnaval no Mundo e na Europa Nas páginas do livro, “As festas populares na expansão do turismo, a experiência italiana”, Maria Nazareth Ferreira relata que o carnaval nasceu de antigos rituais romanos, cuja origem está na Saturnalia, uma celebração em homenagem a Saturno e que fora praticada desde o séc. V a.c., pois o templo de Saturno, existente em Roma, data de 497 a.C. A prática desta festa era reviver rituais antigos, e os dias de festas eram comemorados entre os dias 17 e 23 de dezembro, onde além destes dias, havia mais seis dias de feriados, quando a justiça então ficava proibida de prender, julgar ou executar prisioneiros. “A parte sagrada da festa compreendia um conjunto de rituais celebrados no Templo di Saturno, seguido de um banquete sagrado, durante o qual se trocavam estatuetas de cera (sigilia), de grande significado ritualístico, além de outros presentes. Em cada comunidade elegia-se o Rex Saturnaliorum que, após o ritual sagrado, deveria organizar divertimentos, danças, jogos de azar e todas as atividades que eram rigorosamente proibidas durante todo o ano”. (página 28)

Como se percebe nestas linhas, o Rex Saturnaliorum, eleito em cada comunidade e que tinha o dever de organizar os divertimentos e as festas, seria o que hoje conhecemos como o Rei Momo, que tem a obrigação de participar e organizar todas as festas e bailes de carnaval, mas que ultimamente, tem sido apenas uma figura folclórica com um poder fictício. Além disso, os dados contidos no livro informam também que, “Durante as festividades das Saturnalia as relações sociais eram subvertidas: os escravos zombavam dos senhores e eram por estes servidos; os homens livres exerciam funções próprias da aristocracia, reatualizando assim o tempo mítico da origem – a áurea aestas”. (página 28). Com este detalhe podemos compreender porque que no carnaval as pessoas invertem os fatores e as classes sociais, como nas fantasias em que escravos se fantasiam de reis e rainhas, e os senhores e autoridades são caricaturizados por pessoas do povo que não detinham poder nenhum como forma de protestar e manifestar os seus desejos de alcance da pirâmide social, e também quando os homens se vestem de mulher, e as mulheres se fantasiam de homens. E é através destas linhas que compreendemos certas modificações que foram realizadas através dos tempos, quando a Igreja assume e continua a controlar os festejos como vimos até hoje, nos carnavais cariocas, onde escolas de samba são proibidas de mostrar determinadas alegorias, de caráter religioso. “Nos primeiros tempos, o carnaval começava em 26 de dezembro, mas a Igreja transferiu seu início, segundo cada local para, de 6 a 17 de janeiro. Para instrumentalizar a forte presença da idéia de purificação presente na população desde tempos imemoriais, a Igreja mudou o Carnaval e a Quaresma para o mês de fevereiro. Nos tempos antigos o mês de fevereiro era exclusivamente dedicado aos rituais de purificação, como o indica o seu próprio nome: februari (significa ação de purificar)”. Das batidas do Jongo nasce o carnaval no Brasil – Rio de Janeiro Em 2004 a Revista Nossa História, ano 1, nº 4, fevereiro 2004, publicada pela Biblioteca Nacional, em suas páginas 8 e 9, informava que o carnaval nasceu através das batidas de jongo na Serrinha, e que teriam dado origem a Escola de Samba Império Serrano, enquanto isso o jornal O Globo, em sua edição especial sobre o carnaval sequer fez menção ao jongo. Mas foi no site (http://oglobo.globo.com/especiais/carnaval/historia_rj.asp), que conseguir dados a respeito de como o carnaval chegou ao nosso país. O entrudo (do latim “intróito”, entrada) foi implantado a partir de 1723, quando os nativos das ilhas portuguesas da Madeira, Açores e Cabo Verde chegaram ao Brasil e se estabeleceram na costa litorânea, entre Porto Alegre e Espírito Santo. No início os foliões se divertiam jogando água uns nos outros.

O Carnaval em Campos
A festa popular e as brincadeiras pagãs que antecediam o início da Quaresma também eram praticadas na planície goitacá, mas até meados do século XIX, essa festa era comemorada na forma do “entrudo”. Como os foliões sempre usavam da violência ao iniciar as batalhas com baldes dágua e farinha de trigo e terminavam com o mau gosto das latas de urina, o presidente da Câmara Municipal, Barão de Carapebus, em 1851, decidiu tomar uma providência enérgica para acabar com o desrespeito. Baixou então um edital proibindo o “entrudo”. O edital além de proibir a prática grosseira e nociva, cominava penas de seis dias de prisão e 12$000 de multa, substituída por 50 açoites no pelourinho. O edital possuía quatro artigos longos e detalhados, mas que nunca foram respeitados. Mesmo assim, a situação melhorou, e os antigos baldes dágua com farinha foram substituídos pelos limões de cheiro, tido como um projétil mais amável e cordial. Desse modo, 15 dias antes do carnaval iniciar, começava a fabricação dos limões que eram feitos de água perfumada e eram vendidos em tabuleiros por escravos, ou em casas comerciais como a do Vieira Bellido que anunciou a venda dos tais limões pela última vez em 1892. Os limões eram feitos de cera em diferentes cores e tamanhos, borracha muito fina, cheia de água perfumada. Depois surgiram as bisnagas feitas de folhas de lata, espirrando cheiros bons. Em 1896, Arthur Rockert, introduziu o “biógrafo” (cinema) em Campos, e lançou finalmente as confetes e serpentinas, enfeitando de uma vez o carnaval campista. Os primeiros desfiles de carruagem ocorreram em 1857, quando existiam em Campos 157 carruagens, e os desfiles eram feitos a pé, à cavalo ou carrinhos. O primeiro desfile carnavalesco foi organizado pela “Sociedade Congresso Carnavalesco”, cuja sede localizava-se na rua do Sacramento (Lacerda Sobrinho). O desfile constou de carro alegórico reproduzindo antigas “saturnais”, música e guarda de honra à cavalo, levando “bouquês” que eram oferecidas as damas. Depois disso surgiram outros clubes, em 1870, surgiu a “Sociedade Az de Copas”, que marcou e provocou um escândalo porque os homens saíram fantasiados de mulher. Para Hervê Salgado Rodrigues, autor do livro Campos: Na Taba dos Goytacazes, a fase áurea do carnaval campista ocorreu entre os anos de 1920 e 1950. Não se sabe em que ano, mas a verdade é que no livro Campos: Na Taba dos Goytacazes, Hervê Salgado Rodrigues informa que “nas tardes de carnaval, os mascarados começavam o desfile por volta das 14 horas. Eram figuras humorísticas, belos dominós com guizos e arminho nos punhos e nas golas ursos e bois pintadinhos. Depois quase à tardinha, vinha os corsos. A população então vinha pra o centro para assistir ao desfile e participar dos desfiles e das guerras com os populares limões de cheiro”. Vale ressaltar que na história do carnaval campista foram criados ao longo dos anos diversos grupos carnavalescos, que por medida de espaço iremos citar: os clubes, cordões, ranchos, blocos de embalo ou blocos avulsos, blocos de salão, boi pintadinho, blocos de samba, batucadas, e as escolas de samba.

As escolas de samba Apesar de haver tantos livros contando a história de fatos do município, alguns autores não deram importância para que os registros históricos fossem úteis para a posteridade. No livro Na Taba dos Goytacazes, o autor e jornalista Hervê Salgado Rodrigues compara a casa da “Tia Ciata”, mulata líder dos boêmios e malandros cariocas, com a Sinhá Chica, lavadeira campista, que morava no centro. “Aqui em Campos também tivemos uma réplica da ‘Tia Ciata’. Era a ‘Sinhá Chica’. Ela morava na rua Boa Morte, era lavadeira, e sua casa acolhia os boêmios na era dos ranchos (...). ‘Sinhá Chica’ era presidente e praticamente dona do ‘Corbeille das Flores’ (...). Estávamos ainda muito longe das escolas de samba, cujo ritmo quente iria enxotar para sempre o compasso binário dos blocos e ranchos...”. Somente depois da metade do século XX, mais precisamente por volta de 1965, é que surgem as primeiras escolas de samba de Campos. Elas surgiram inicialmente usando os mesmos nomes das escolas de samba do Rio de Janeiro, como, Salgueiro, Madureira, Unidos da Tijuca e Bando da Luz. Até que, finalmente resolveram trocar de nome surgindo então os “Amigos da Farra”, a “Mocidade Louca”, “União da Esperança”, “Ururau da Lapa”, “Independente”, etc. Dentre as escolas de samba atuais, a Associação Atlética Mocidade Louca é a mais antiga, pois foi fundada em 8 de dezembro de 1952. A tricolor (azul, vermelho e branco) do Morrinho, é a que mais ganhou títulos, sendo 9 consecutivos entre as décadas de 50 e 60, e seu último título foi em 1981. Esta escola foi fundada por Jorge da Paz Almeida, um carnavalesco cuja história de vida já entrou para o folclore da cidade e do carnaval campista. O Grêmio Recreativo Escola de Samba Ururau da Lapa, cujo nome é uma homenagem a lenda campista, do jacaré-do-papo-amarelo, que engoliu um sino de ouro e vivia no Rio Paraíba, nas proximidades da Lapa, detém o título de ser uma das maiores campeãs do carnaval campista, desde a época em que não passava de um simples bloco. A vermelho e branco da Lapa, fundada em 21 de janeiro de 1979, conquistou os títulos de 83 e 84, os últimos como bloco de samba. Em 1985, a agremiação passou a ser uma escola de samba e desde então conquistou os títulos de 1985, 86, 87, 88, 90, 91, 92, 95, 96, 98, 2002, 2003 e 2004. A Ururau da Lapa é a única escola de samba que consegue agregar pessoas da alta sociedade e fazer com que elas participem, desfilem e convivam com a comunidade da Lapa, onde está a sua sede. Do samba de protesto ao marketing político Ao pesquisar a história do carnaval campista um fato chama a atenção do pesquisador, a ausência do registro histórico, uma data para comprovar os fatos e registrar para a posteridade fatos marcantes que poderiam dar àqueles que vivenciaram o carnaval, o pioneirismo dos seus atos. O que se sabe até aqui, é que as letras dos sambas sempre tiveram como tema a crítica aos fatos acontecidos em determinados períodos. Estas músicas foram muito utilizadas quando o carnaval ainda vivia sob a época dos cordões carnavalescos onde cada escola resolvia criar um samba para provocar também a ira de outras escolas e para gabar-se da sua. Como foi contado por Jorge da Paz Almeida, conhecido como Jorge Chinês, em seu livro, “Campos: 50 anos de carnaval”. “...Mas, a partir do momento em que era dado o grito de guerra, começava o negócio. Houve um ano que por motivo de força maior o Filhos do Sol não saiu, então a Lira Brasileira não fez por menos. Cantou uma marcha assim: “A luz do Sol já perdeu o brilho O da Estrela já se apagou Só quem brilha é a nossa Lira Chega Iaiá, chega ioiô”.A resposta da Estrela veio imediatamente: “Filhos do Sol Nos deixou sozinhos Pra combater com a tal da Lira Eles disseram que nós perdemos o brilho Porém protesto, protesto que é mentira A bela Estrela alegre e prazenteira Queremos ver de perto A tal Lira Brasileira”.(bis)Depois com o surgimento das associações de classe as escolas de samba passaram a utilizar temas relativos a história do Brasil e do mundo, apesar disso uma vez ou outra uma escola de samba criava um samba para provocar a rivalidade contra as outras escolas. Como conta Jorge da Paz Almeida em seu livro: “... As divergências entre escolas eram por zonas, havia uma rivalidade grande entre Sorriso e Mangueira em Guarulhos e, do lado de cá, Salgueiro e Catete e ainda Coroa em Samba e Cruzeiro que será lembrada por muito tempo. Coroa em Samba começava seus ensaios logo após a Semana Santa, não só ensaiava como fazia passeata pelo bairro. Naturalmente, haviam os que não gostavam de samba fora de época, mas como a turma era conhecida ninguém se queixava. Um dia a cavalaria apareceu e interrompeu a passeata, dando uma carreira nos batuqueiros. O Cruzeiro não fez por menos, lançou um samba: “Até que chegou o dia Batendo noite e dia Chegou o que o Cruzeiro queria Ver a Coroa correndo no meio da cavalaria”.Mas como essas associações não possuem recursos para bancar os custos de um desfile, elas vêem no poder público uma fonte para custear a montagem de carros alegóricos, fantasias, estandartes e alegorias.

Diante dessa facilidade as escolas então começam a vender seus espaços e seus enredos para homenagear homens públicos. Passando a inverter e mudar a história, dos antigos sambas de protesto, essas escolas viram espaço de marketing para os políticos locais. Em 2001, o ex-governador do Estado e ex-prefeito de Campos, Anthony Garotinho foi homenageado pela Escola de Samba Os Psicodélicos, cuja letra é essa: Os Psicodélicos “Quem sabe faz a hora”Autores: Toninho Shita, Markinho Grande e Adalto Sepúlveda “Nos braços de um povo Que tanta te ama O defensor do proletário Um menino predestinado Que nasceu na Lapa e acendeu a chama Guerreiro, guardião desta planície Junto aos amigos do Liceu de Humanidades Na arte e na cultura, buscando novas rimas Mudou Campos, por amor a esta cidade. Na paixão que foi buscar, Rosinha Ela vai perpetuar, com o seu carinho O verdadeiro amigo das donas-de-casa (Bis)De coração a coração, fala Garotinho.“O jovem”O jovem triunfou De narrador de futebol a governador Ao lado da primeira dama O realizador Todo o Estado canta agora Foi deputado estadual Melhor prefeito do Brasil Quem sabe faz a hora. Ele é um rio que corre pro mar Canta Morrinho Que Os Psicodélicos, amor (Refrão)É Garotinho”Em 2002 e 2003 os homenageados foram o ex-vice-prefeito Geraldo Pudim, o ex-vereador Toninho Vianna; o ex-prefeito Arnaldo Vianna; o ex-deputado estadual, Paulo Albernaz; e o ex-vereador Manoel Alves da Costa. Em 2004, a homenageada pela Escola de Samba Ás de Ouro, foi a Governadora do Estado, Rosinha Matheus, cuja letra do samba foi esta: Ás de Ouro “Do Teatro ao Palácio Guanabara: a Rosa que faz”Autores: Fernando Lima e Hugo Leal Vamos exaltar a flor mais bela, quanta sedução! Nasceu em Itaperuna A rosa que perfuma esta canção Foi em Campos sua infância Desde os tempos de criança Despertou justiça e igualdade Em prol de uma cidade se entregou A paixão pela arte surgiu Seu canteiro de sonhos floriu No teatro do Sesc que encontrou (Refrão)O seu verdadeiro amor Por seus ideais Ela dedicou a sua vida Não se intimidou Foi nas urnas pelo povo a preferida Mãe, primeira-dama, veio e venceu, governa os sonhos de quem te elegeu. Quantos programas sociais! Luz de um trovador Peça de um ator, cor e paz Eu sou Ás de Ouro Trago esse tesouro, te esquecer, jamais Do teatro ao Palácio Guanabara (Bis)A rosa que fazMetodologia O presente trabalho de pesquisa teve como objetivo mostrar que o carnaval, manifestação artística, cultural e folclórica tem sofrido modificações com o passar dos tempos. Desde os primórdios da festa os manifestantes tem feito adaptações a maneira de comemorar o carnaval, se no início era apenas para festejar a chegada de uma estação e o princípio de um período de fartura para a agricultura, o carnaval passou por transformações tais como, a inversão de valores e as relações entre patrões e empregados. Dos sambas de protesto e escárnio, hoje os políticos de Campos, usam o carnaval como mais uma forma de atrair a atenção do povo, em uma estratégia de marketing político.

Análise dos resultados
Colhidos os resultados das pesquisas e das entrevistas percebe-se que o carnaval campista e porque não dizer, brasileiro, vem modificando e se adaptando aos novos tempos. Novos conceitos, novas tecnologias e novas informações, tudo a seu tempo. As escolas de samba, no desejo de conseguir as verbas governamentais vem mudando o seu conceito do que é popular e folclórico para conquistar espaços com o marketing político e comercial. As dificuldades foram muitas, principalmente no que se refere aos dados principais das escolas de samba, onde tanto os escritores de ontem, bem como jornalistas e homens da imprensa não tiveram o desejo de registrar para a posteridade dados que hoje fazem falta a qualquer pesquisador que queira fazer um estudo antropológico e social da sociedade campista através dos enredos das escolas de samba. Um dos poucos livros que retratam a história dessa festa popular no município, peca pela falta de dados mais precisos para o registro histórico dos carnavais de ontem. E também, das datas do início das atividades de cada uma das escolas de samba, bem como blocos de embalo, ranchos, bois pintadinhos, e das grandes sociedades carnavalescas que por algum tempo levaram ao público campista a alegria e a irreverência do carnaval. Conclusão Após todo esse trabalho de pesquisa, através de livros e sites na internet, sobre o carnaval o pesquisador chega a conclusão de que o carnaval como manifestação cultural popular, vem sofrendo modificações com o decorrer do tempo. Todas essas mudanças são decorrentes da evolução da sociedade e dos meios em que vivemos, dos problemas enfrentados e até mesmo da maneira com que a classe política de âmbito geral, vem trabalhando para dar ao povo as obras necessárias para a melhor qualidade de vida. Por outro lado, cabe também uma ponta de responsabilidade de quem averigua e pesquisa uma matéria tão complexa, atestar para a posteridade os fatos que determinaram as mudanças na apresentação do carnaval e dos seus enredos, para o povo. Pois o carnaval também é visto como uma fonte de comunicação do povo para o povo, e é através dele, que o carnavalesco conta a história de fatos passados, com uma visão do presente, deixando o seu legado para as novas e futuras gerações. Como tudo se transforma, é bem provável que nos próximos anos vejamos novidades no carnaval brasileiro, porque os carnavalescos campistas, já viraram a página da história, dos antigos sambas de protesto, as escolas de samba, venderam os seus espaços e seus enredos para que os políticos utilizem o carnaval como marketing político. Referências Bibliográficas: FERREIRA, Maria Nazareth – As festas populares na expansão do Turismo, a experiência italiana – Editora Arte & Ciência, 1ª edição, 2001. RODRIGUES, Hervê Salgado – Na Taba dos Goytacazes – Imprensa Oficial, 1ª edição, 1988.

Bibliografia:
SOUSA, Horácio – Cyclo Áureo, História do Primeiro Centenário de Campos – 1835-1935 – Editora, 2ª Edição, 1985. MELO, José Marques de – As festas populares como processos comunicacionais: Roteiro para o seu inventário, no Brasil, no limiar do século XXI, Editora, Edição, Ano. ALMEIDA, Jorge da Paz (Jorge Chinês) – Campos: 50 anos de carnaval – Escola de Artes Gráficas Lar Cristão, 2ª Edição, 1992. CASCUDO, Luís da Câmara – Dicionário do Folclore Brasileiro, Global Editora, 9ª Edição, 2000. NICÈAS, Alcides – Verbetes pra um dicionário do carnaval brasileiro, Fundação Ubaldino do Amaral, 1ª Edição, 1991.

Hemerografia:
Revista Nossa História – Ano 1, nº 4, fevereiro, 2004 – Editada pela Biblioteca Nacional. Revista Ensaio Geral – Ano VIII – nº 12, dezembro, 2003 – Informativo da Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba) – Íris Editora, RJ.

Webgrafia:
http://oglobo.globo.com/especiais/carnaval/historia_rj.asp. http://carsaniga.sites.uol.com.br/carnaval2004/sambas.asphttp://www.liesa.com.brhttp://www.mangueira.com.brhttp://www.geocities.com/aochiadobrasileiro/Musicas/Oabrealas.htmhttp://www.eucantosamba.blogger.com.br/http://www.geocities.com/chaleregina/Historia/Historiadosamba.htmhttp://www.mangueira.com.br/m_h_ocarnavais_sambaenredo.htmhttp://www.gresportela.com/index2.htmlwww.infoamerica.org/ teoria/andrade1.htmhttp://translate.google.com/translate_t
Fonte: http://www.revistas.uepg.br/index.php?journal=folkcom&page=article&op=view&path%5B%5D=518&path%5B%5D=351.

Série Biografia - VII (Rogério Bicudo)


O campista Rogério Bicudo levou o samba para a Holanda

O músico campista Rogério Bicudo (1957) descobriu o violão muito cedo , mais precisamente aos oito anos de idade, se profissionalizando aos doze tocando principalmente música popular. Sua paixão pelo instrumento só aumentou, o que o levou a estudar na Escola de Música Villa-Lobos no Rio de Janeiro e mais tarde violão clássico com Odair Assad. Em 1982 parte rumo a Espanha onde estudou no Real Conservatório de Madrid.

Em Amsterdã, cidade onde reside desde 1988, gravou o LP “Chorinhos Brasileiros e Fuga” com o seu ‘Trio de Janeiro’ e funda quatro anos mais tarde o Choro Combinado, um quarteto que combina escolas e escalas sem perder as referências do choro tradicional. Com o Choro Combinado gravou o cd “Sonoroso” em 1999 e em 2001 “Curare”.
Em 2006 grava pela 1ª vez um CD cantado, com o título “Solução” , no qual resgata alguns dos mais belos sambas das décadas de 50 e 60 do século passado.

Com o saxofonista Sul Africano Sean Bergin www.myspace.com/berginandbicudo gravou em 2008 “Tale of Three Cities”, cujo título refere às cidades onde cresceram, Rio de Janeiro e Durban e Amsterdam que é a cidade onde se encontraram. Um CD no qual a rica tradição musical de ambos os países se encontra e flui muito naturalmente.

Rogério Bicudo se apresenta em diversos países, sob os auspícios da Embaixada do Brasil, levando assim o Choro e o Samba a todos que apreciam a boa música brasileira.
No Brasil se apresenta com grandes músicos como Joel Nascimento, Paulo Moura , Tony Botelho entre outros.

Todo o lirismo e riqueza da essência musical brasileira é explorado por Rogério em suas interpretações.

Sempre que vem ao Brasil procura se apresentar na região. Em 2008 se apresentou na Lapa- RJ e no SESC Campos e no início de 2009 se apresentou na Lapa- RJ.

Série Biografia - VI (Lene Moraes)

Lene Moraes

"...NO PALCO SINTO-ME VIVA!", costuma dizer. Aos 14 anos de idade ingressou em grupo de teatro amador, foi quando descobriu sua forte veia artística e ao fazer aulas de canto para aperfeiçoar impostação vocal, descobriu a paixão pela música, desde então jamais parou de cantar.
Iniciou sua carreira aos 17 anos cantado em bares, festas e eventos quando foi convidada pelo Instituto Bellevile, para representar os Jovens do Brasil, no Intercâmbio Cultural França Brasil.
Foi crooner de bandas de bailes como Brasil Show e Saigon Rio, fez backing-vocal de Agepê e Dêma, inúmeras aberturas de shows, entre eles com o amigo Sérgio Sampaio, Luiz Melodia, Tunai e João Bosco.
Em 1999, realizou sua primeira experiência fonográfica com o cd DOCE MISTÉRIO, quando Lene Moraes assumiu a paixão pelo samba, traçando sua carreira solo com belíssimas composições de sambistas e amigos que lhe presentearam com suas obras como Paulinho Rezende, Almir Santana, Salvador Fernandes e Zé Keti.
Cantora carioca, residindo em Campos dos Goytacazes há 4 anos, encantou-se com a história e o grande potencial, a forte veia do samba existentes na cidade. A belíssima obra de Délcio Carvalho, Wilson Batista, Roberto Ribeiro, Aluísio Machado, Jurandir da mangueira e seus mais novos compositores; com também obras lindíssimas que precisam ser descobertas pelo mundo. Então, Lene Moraes gravou essas obras; surgiu o cd "MEU SAMBA MOSTRA A CARA", (segundo cd da carreira) sob a direção musical e arranjos de Renato Arpoador que também lhe entrega algumas de suas composições junto com Fábio Guilherme, Rômulo Gomes, Valtinho Tangará e Adaury júnior. Foi unânime a idéia de fazer samba de raiz, sem recursos eletrônicos; totalmente acústico Fazendo essa junção de idéias e forças Lene Moraes lançou o cd “MEU SAMBA MOSTRA A CARA”, que foi realizado dia 05 de abril DE 2005 no Teatro Municipal Trianon, com a participação da escola de samba Congos de São João da Barra.
O novo cd intitulado: “BRASILEIRA COMUM” (terceiro da carreira) foi lançado em fevereiro no Teatro São João em São João da Barra. O CD conta com a participação de compositores consagrados como Délcio Carvalho (2 sambas), velha guarda, escolas de samba da região e com uma banda impecável.

Um show cuidadosamente preparado, com a intenção de levar até o público a emoção de reviver o enorme frisson causado pelo samba. Emoção essa jamais esquecida.
Sem ser preciso muita pesquisa, nos deparamos com sambas inesquecíveis de ilustres compositores, que nos leva a reviver toda boemia, a saudade das rodas de samba, participar novamente de mesas de bar, onde o que vale por toda a noite é muita poesia, batucada e samba no pé.
No show “MEU SAMBA MOSTRA A CARA” Lene Moraes começa com sambas de Donga, João da Baiana, Wilson Batista, Roberto Ribeiro, Délcio Carvalho, Ary Barroso, Nelson Cavaquinho , Zé keti, Paulinho da Viola, Martinho da Vila, Geraldo Pereira, , Monarco, João Nogueira, Chico Buarque, Dona Ivone Lara, Noel Rosa, Nei Lopes, Candeia até chegar aos mais novos representantes do samba como Zeca Pagodinho e Jorge Aragão; fazendo uma junção com os novos compositores.
Um show com o nosso mais internacionalmente reconhecido brasileiro, que é o samba, e que já é sucesso em toda a região norte, noroeste e região dos lagos, em rodas, teatros e escolas de samba.
Lene Moraes levou o bom samba e sua história, até seus apaixonados, em toda a região norte e noroeste, através do programa “NA CADÊNCIA DO SAMBA”, pela rádio Educativa FM - 107.5, com um bloco “Gente Nossa” homenageando, a cada semana, um talento da terra. Lene Moraes foi apresentadora e idealizadora do mesmo e comentarista de carnaval pela rádio Difusora.
Podemos contar, ainda, com os shows realizados em forma de homenagens aos mestres do samba, já apresentados: Braguinha, Lamartini Babo, João Nogueira, Cartola, Noel Rosa, Délcio Carvalho, Paulo César Pinheiro, Pixinguinha e Mário Lago, Roberto Ribeiro, Elizeth Cardoso, Dolores Duran e Clara Nunes e Chico Buarque
Atualmente Lene Moraes realiza shows em toda região norte e noroeste, na região dos lagos e no Rio de Janeiro, destaque para um show no dia 9 de dezembro de 2007 quando apresentou seu trabalho na quadra da Escola de Samba Portela, na feijoada da Família Portelense, com a Velha Guarda e, outro no dia 8 de janeiro foi o público da Lapa, Rio de Janeiro que se rendeu ao samba da planície com Lene Moraes e convidados no Carioca da Gema.
No mês de setembro de 2007, Lene Moraes recebeu o troféu “Ouro da Terra”, projeto realizado pela prefeitura de Campos, homenageando personalidades da cidade.

Proprietária da “Arpoador Escola de Música e Estúdio”, realiza projetos sociais, incentivando crianças e jovens à prática musical.

Série Biografia - V (Jurandir da Mangueira)


Jurandir da Mangueira (Jurandir Pereira da Silva)

1939 Campos dos Goitacazes, RJ

25/4/2007 Rio de Janeiro, RJ

Compositor. Cantor.

Morou na Favela do Esqueleto e em Vila Kenedy, desde a fundação do bairro, em 1969.

Integrou a Ala dos Compositores da Mangueira e a Velha-Guarda da Mangueira.

Exerceu várias profissões, como sapateiro e caldeireiro na Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro.

Faleceu em decorrência de problemas cardíacos, sendo sepultado no Cemitério do Caju, no Rio de Janeiro.

Como compositor, tem entre seus parceiros Comprido, Darci da Mangueira e Hélio Turco.

Em 1969, a Escola de Samba Mangueira classificou-se em 2º lugar do Grupo 1 com um samba de sua autoria, "Mercadores e suas tradições", em parceria com Darci da Mangueira e Hélio Turco. Dois anos mais tarde, a Escola desfilaria outra vez com outro samba de sua autoria, "Modernos bandeirantes" (c/ Hélio Turco e Darci da Mangueira), clasificando-se em 4º lugar do Grupo 1.

No ano de 1984, seu samba-enredo "Yes, nós temos Braguinha", em parceria com Hélio Turco e Darci da Mangueira, representou a Mangueira na avenida, conseguindo boa aceitação do público. A escola foi a campeã do desfile com este samba, que também inaugurou o Sambódromo Darcy Ribeiro, projetado por Oscar Niemeyer em 1983. Ainda em 1984 Beth Carvalho interpretou de sua autoria "Vovó Chica". No ano seguinte, em 1985, outro samba seu "Abram alas, que eu quero passar - Chiquinha Gonzaga" (c/ Hélio Turco e Darci da Mangueira) também representou a Mangueira no carnaval daquele ano, classificando a escola em 7º lugar do Grupo 1. Beth Carvalho regravou "Vovó Chica" em seu disco ao vivo, de 1987.

Em 1988 "100 anos de liberdade - realidade ou ilusão" (Alvinho e Hélio Turco) classificou a escola em 2º lugar do Grupo 1. Neste mesmo ano, Emílio Santiago incluiu este samba-enredo no LP "Aquarela brasileira".

No ano de 1989, o grupo Fundo de Quintal, no LP "Ciranda do povo", lançado pela gravadora RGE, incluiu de sua autoria "Folha de zinco", em parceria com Ratinho.

Um de seus maires sucessos é a composição "Transformação", em parceria com João da Gente.

Em 1991, com a reformulação da Velha-Guarda da Mangueira, que de 26 componentes ficou apenas com 13, permaneceu reforçando o coro com sua voz firme. Em 1998, ainda como integrante da Velha-Guarda da Mangueira, participou do CD "Chico Buarque de Mangueira, gravado pela BMG, no qual interpretou "Capital do samba", de Zé Ramos. No ano seguinte, participou do CD "Velha-guarda da Mangueira e convidados", no qual constou a composição "Palácio encantado", em parceria com Irson Pinto. Este disco, editado pela gravadora Nikita Music, contou com as participações de Dona Neuma, Dona Zica, Nelson Sargento, Fernanda Abreu, Noca da Portela e muitos outros.

No ano 2000, o Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro produziu o CD duplo "Mangueira - sambas de terreiro e outros sambas", no qual participou das faixas "Chega de demanda" (Cartola), "Alegria" (Cartola e Gradim), "Sai da minha frente" (Zagaia), "Vela acesa" (Fandinho) e "Minha companheira", composição dele próprio. Também neste mesmo ano, foi o puxador oficial do samba-enredo da Escola Canários de Laranjeiras.

No ano de 2001, ao lado de Dauro do Salgueiro, Nei Lopes, Nelson Sargento, Dona Ivone Lara, Baianinho, Niltinho Tristeza, Casquinha, Zé Luiz, Nilton Campolino, Monarco, Jair do Cavaquinho, Elton Medeiros, Luiz Grande e Aluízio Machado, participou do show "Meninos do Rio", apresentado no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro. Neste mesmo ano, foi lançado o CD homônimo, no qual interpretou de sua autoria "Transformação" e "Vovó Chica".

Em 2003, foi um dos convidados do grupo Dobrando a Esquina, que se apresentava todas as terças-feiras no bar Carioca da Gema, no Centro do Rio de Janeiro. Neste mesmo ano, participou da festa de inauguração do Teatro Mário lago, em Vila Kennedy, apresentando-se no show "Nós no samba", ao lado de Serginho Meriti, entre outros.

Em 2005, pelo Selo Candongueiro, do Centro Cultural Candongueiro, de Pendotiba, lançou o primeiro disco solo. O lançamento aconteceu no Teatro Municipal de Niterói e posteriormente no Teatro Rival BR.

No ano de 2006 acompanhado pelo grupo É do Baú, integrado por Diego França (violão 7 cordas), Pitt (surdo), Helinho (cavaquinho), Gersinho (tantan e repique de mão) e Thiago (pandeiro) e com as particpações especiais de Iracema Monteiro, Dayse do Banjo e Aldo Bueno, apresentou-se na casa Traço de União, tradicional reduto do samba paulista.

Durante sua carreira ganhou por 12 vezes o samba-enredo da Mangueira.

Obra:
Abram alas que eu quero passar (c/ Darci da Mangueira e Hélio Turco) • Cem anos de liberdade, realidade ou ilusão (c/ Alvinho e Hélio Turco) • Folha de zinco (c/ Ratinho) • Mercadores e suas tradições (c/ Darci da Mangueira e Hélio Turco) • Minha companheira • Modernos bandeirantes (c/ Darci da Mangueira e Hélio Turco) • Palácio encantado (c/ Irson Pinto) • Transformação (c/ João da Gente) • Vovó Chica

Discografia:
• Chico Buarque de Mangueira (1998) BMG CD
• Velha-guarda da Mangueira e convidados (1999) Nikita Music CD
• Mangueira - sambas de terreiro e outros sambas (2000) Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro CD
• Meninos do Rio (2001) Carioca Discos CD
• Jurandir da Mangueira (2005) Selo Candongueiro CD

Bibliografia:
• ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira - Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Edição: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006, RJ.
• ARAÚJO, Hiram. Carnaval - seis milênios de história. Rio de Janeiro: Editora Gryphus, 2000.

Série Biografia - IV (Délcio Carvalho)


Délcio Carvalho (Délcio Carvalho)

9/3/1939 Campos, RJ

Compositor. Cantor.

Filho de músico - seu pai era saxofonista da banda "Lira de Apolo" -, foi cortador de cana na infância.

Começou a cantar em conjuntos de baile da sua cidade e na orquestra de Cícero Ferreira.

Em 1956, após o serviço militar, transferiu-se para o Rio de Janeiro indo residir no Morro do Querosene, no bairro do Rio Comprido.

Participou de vários programas de calouros, entre os quais "Pescando Estrelas" e "Trem da Alegria", além de shows de Gomes Filho, da Rádio Guanabara. Por essa época também apresentou-se em diversos clubes do Rio de Janeiro, entre eles, Tijuca Tênis Clube, Ramos Tênis Clube e Grajaú Tênis Clube, sempre como cantor de bailes.

Atuou como cantor em conjuntos de baile e na noite, em bares e casas noturnas do estado do Rio de Janeiro, principalmente na cidade de Caxias, onde morou durante vários anos.

Em 1970 ingressou na Ala de Compositores da Imperatriz Leopoldinense.

Teve gravado em 1968 pela cantora Christiane o samba "Pingo de felicidade". No ano seguinte, integrou o grupo Lá Vai Samba, ao lado de Caboclinho e Rubens Confete. O Conjunto chegou a se apresentar em festivais da Rede Record e Globo, porém, não gravou nenhum disco.

Em 1974 Elizeth Cardoso incluiu duas composições de sua autoria: "Serenou" e "Pra quê, afinal?", a última em parceria com Mauro Duarte, no LP "Mulata maior". Neste mesmo ano, a mesma cantora, gravou o LP "Feito em casa", no qual incluiu de sua autoria "Igual à flor", em parceria com Neizinho.

No ano de 1976, sua composição "Minha verdade", parceria com Dona Ivone Lara, foi gravada por Elizeth Cardoso.

Em 1979, Elizeth Cardoso, no LP "O inverno do meu tempo", incluiu de sua autoria "Voltar".

Gravou o primeiro LP em 1980, produzido por Luís Roberto, do conjunto Os Cariocas. Neste disco incluiu vários de seus sucessos: "Acreditar", "Alvorecer" e "Sonho meu", as três em parceria com Dona Ivone Lara e ainda teve como convidado Noca da Portela nas faixas "Farinha pouca" (c/ Zé do Maranhão e Noca da Portela) e "Ausência", em parceria com Barbosa da Silva e Noca da Portela. Ainda neste disco foram incluídas "Hora de ser criança" (Dedé da Portela e Dida), "Vai na paz" (c/ Dona Ivone Lara), "Testemunha de um povo" (Nilton Barros), "Rei por um dia" (Flávio Moreira), "Esperanças perdidas" (c/ Adeílton Alves), "Canto de amor" (c/ Barboza da Silva), "Perna de cera" (c/ Ari Araújo), "Dei meu braço" (c/ Everaldo da Viola) e ainda de sua autoria "Sombra", "Serenou" e "Cartão de visita".

O segundo LP, lançado em 1987 e produzido por seu parceiro Ivor Lancelloti , contou com as participações de Elizeth Cardoso, Dona Ivone Lara, o maestro Rildo Hora e o também maestro e saxofonista Paulo Moura.

Em 1996, gravou o CD "Afinal", com produção musical de Afonso Machado, integrante do conjunto Galo Preto, e participação do saxofonista Raul Mascarenhas, no qual foram incluídas "Coisas da Mangueira" (c/ Cláudio Jorge), "Chorei, confesso" (c/ Dona Ivone Lara) e "Afinal", em parceria com Ivor Lancellotti.

No ano 2000 gravou "Samba do coração", parceria com Maurício Tapajós.

Em 2002, teve incluída algumas composições de sua autoria em parceria com Dona Ivone Lara no disco "A música de Dona Ivone Lara". Neste CD o pianista Leandro Braga revisitou a obra de Dona Ivone Lara, no qual incluiu várias parcerias de Dona Ivone Lara e Délcio Carvalho, entre elas, "Sonho meu", "Há música no ar" e "Acreditar".

No ano de 2003, no disco "Noca da Portela - 51 anos de samba", foram incluídas "Vendaval" (c/ Noca da Portela) e "Ausência" (c/ Barbosa da Silva e Noca da Portela). Ainda em 2003, estreou o show "De samba e poesia", no Teatro Rival Br, no Rio de Janeiro. Neste show, em comemoração aos 40 anos de carreira, feito em parceria com o poeta Mário Lago Filho, a dupla apresentou 14 composições, 12 das quais inéditas; "A voz que ficará" (uma homenagem a Mário Lago), "Arma da paixão", "Cara ou coroa", "Samariquinha", "Estranho", "Apertamento", "Coisa feia", "Samba do sétimo dia" e "Eu estou sofrendo", todas parceria de Délcio Carvalho e Mário Lago Filho. Alcione, no disco "Alcione ao vivo 2", regravou de sua autoria "Vendaval da vida" (c/ Noca da Portela). Apresentou, com o Grupo Dobrando a Esquina, show em homenagem a seu conterrâneo Wilson Batista, no bar Carioca da Gema, na Lapa, centro do Rio de Janeiro. Ao lado de Eliane Faria, Xangô da Mangueira, Beth Carvalho, Diogo Nogueira, Dalmo Castelo, Wilson Moreira, Nelosn Sargento, Nei Lopes e Áurea Martins, foi um dos convidados de Vó Maria para o show de lançamento do disco "Maxixe não é samba", de Vó Maria, na Sala Cecília Meireles, no Rio de Janeiro. Ainda em 2003 a cantora Vanessa da Mata incluiu em seu show a composição "Derramando lágrimas", feita em parceria com Alvarenga. Neste memso ano, no CD "Um ser de luz - saudação à Clara Nunes" foi incluída de sua autoria "Alvorecer", em parceria com Dona Ivone Lara, interpretada por Mônica Salmaso.

No ano de 2004 fez vários shows, entre eles, "Samba, choro e energia" na Lona Cultural João Bosco, apresentando-se acompanhado de um regional. Participou do show "Samba de Panela especial - ao vivo", de Telma Tavares, fechando o projeto "Cartão postal da MPB" do Teatro do Centro Cultural da Justiça Federal, no Rio de Janeiro. Do especial também participaram Sombrinha, Cláudio Jorge, Diogo Nogueira, Tonico Ferreira, Agrião, Wanderley Monteiro,Toque de Prima e Nosso Samba.

Em 2005 sua composição "Estava faltando você", parceria com Wilson das Neves, deu título ao CD de Nilze Carvalho.

No ano de 2006 lançou o CD "Profissão compositor", pelo Selo Olho do Tempo, no qual foram incluídas várias composições inéditas, entre as quais "Religião", com Zé Kéti; "Nova era" e "Palavra amiga", ambas com Dona Ivone Lara; "Vou sair daqui", com Wilson das Neves, na qual contou com a participação do parceiro; "Que saudade é essa", em parceria com Ivor Lancellotti; "Brasil nas veias", letra do poeta Paulo César Feital, que participa da faixa; "Vendedor de ilusões", em parceria com Lefê Almeida e Mário Lago Filho; "Marés", letrada pelo poeta Sérgio Fonseca; "Dama da noite", com Agenor de Oliveira; "Reesperança" (com Luizão Maia) e participação especial do baixista Arthur Maia e ainda as faixas "Arma da paixão" e "Sá Mariquinha", ambas em parceria com o poeta Mário Lago Filho. O CD contou com vários músicos importantes, entre eles Rogério Souza (do Grupo Nó Em Pingo D'Água) responsável pelos arranjos e os violões de seis e sete cordas; Ronaldo do Bandolim (bandolim), Wanderley Martins (cavaquinho), Roberto Moura (trombone), Jorge Hélder (baixo), Naomi Kukamoto e Eduardo Neves (flautas), além de Wilson das Neves na bateria.

O disco foi lançado em show no Teatro Nelson Rodrigues e no Teatro Rival BR, nos quais também cantou clássicos de seu repertório, entre eles "Sonho meu", "Acreditar", "Alvorecer", as três em parceria com Dona Ivone Lara e ainda "Vendaval da vida", em parceria com Noca da Portela.

Em 2007 lançou o pacote "Délcio - Inédito e eterno", com 40 faixas em três discos, produzido por Paulão Sete Cordas e Mariozinho Lago. Nos discos foram incluídas várias composições inéditas com Cacaso "Passa-passa", Capiba "O amor que me encanta", Dona Ivone Lara "Amor sem esperança", Mário Lago Filho em "Samba do sétimo dia", Wanderley Monteiro em "teatro da vida", Cristóvão Bastos na faixa "Hora de chorar", Monarco, Francis Hime, Nei Lopes, Afonso Machado e Wilson das Neves, entre outros. Os discos contaram com vários músicos, entre os quais Roberto Marques (trombone), Paulo César Galeto (percussão), Áurea Martins (voz), Mariana Bernardes, Rogério Caetano (violão), Paulão Sete Cordas (violão de sete), além do grupo Dobrando a Esquina.

Tem parcerias inéditas e gravadas com o poeta Sérgio Fonseca, Agenor de Oliveira, Alvarenga, Mário Lago Filho, Marcelo Gonçalves, Zé Keti, Maurício Tapajós, Jorge Simas, Elton Medeiros, Noca da Portela, Carlos Cachaça, Toninho Nascimento, Nei Lopes, Ivor Lancellotti, Mauro Duarte, Adeílton Alves de Souza e Dona Ivone Lara, de quem é parceiro constante e compôs clássicos do samba, entre os quais "Sonho meu".

Suas composições foram gravadas por Maria Bethânia, Gal Costa, Nana Caymmi, Nara Leão, Clara Nunes, Marisa Gata Mansa, Elza Soares, Alcione, Beth Carvalho, Jair Rodrigues, Martinho da Vila, Maria Creuza, Originais do Samba, Elizeth Cardoso e Clementina de Jesus, entre outros importantes intérpretes da MPB.

Obra:
A queda (c/ Noca da Portela) • Acreditar (c/ Dona Ivone Lara) • Afinal eu encontrei (Mundo colorido) (c/ Noca da Portela) • Afinal (c/ Ivor Lancellotti) • Alta madrugada (c/ Telma Tavares) • Alvorecer (c/ Dona Ivone Lara) • Amor sem esperança (c/ Dona Ivone Lara) • Apertamento (c/ Mário Lago Filho) • Arma da paixão (c/ Mário Lago Filho) • Ausência (c/ Noca da Portela e Barbosa da Silva) • Bem feliz (c/ Cláudio Jorge) • Brasil nas veias (c/ Paulo César Feital) • Cadê a festa (c/ Ataulfo Alves Jr. ) • Candieiro da vovó (c/ Dona Ivone Lara) • Canto de amor (c/ Barbosa da Silva) • Cara ou coroa (c/ Mário Lago Filho) • Cartão de visita • Chorei, confesso (c/ Dona Ivone Lara) • Coisa feia (c/ Mário Lago Filho) • Coisas da Mangueira (c/ Cláudio Jorge) • Dama da noite (c/ Agenor de Oliveira) • Dei meu braço (c/ Everaldo da Viola) • Derramando lágrimas (c/ Alvarenga) • Destino da saudade (c/ Daniel Pereira Santos Jr. ) • Dinheiro de pobre (c/ Daniel Pereira Santos Jr. ) • Dor de amor (c/ Dedé da Portela) • É preciso cantar (c/ Adeílton Alves de Souza) • Esperanças perdidas (c/ Adeílton Alves de Souza) • Esqueça • Estava faltando você (c/ Wilson das Neves) • Estranho (c/ Mário Lago Filho) • Eu estou sofrendo (c/ Mário Lago Filho) • Farinha pouca (c/ Noca da Portela e Zé do Maranhão) • Forte eu sei que sou (c/ Flávio Moreira) • Fragmentos (c/ Reginaldo Bessa) • Há música no ar (c/ Dona Ivone Lara) • Havia festa (c/ Ivor Lancellotti) • Hora do adeus (c/ Elton Medeiros) • Igual à flor (c/ Nei Lopes) • Lá vou eu • Liberdade (c/ Dona Ivone Lara) • Mais um samba de amor (c/ Ataulfo Alves Jr.) • Marés (c/ Sérgio Fonseca) • Me esqueça (c/ Nei Lopes) • Meu escudo (c/ Noca da Portela) • Meu menino de 47 (c/ Gilmar Simpatia)Inédita • Minha verdade (c/ Dona Ivone Lara) • Não te esqueças de mim (c/ Elton Medeiros) • Nas sombras da vida (c/ Dona Ivone Lara) • Nova era (c/ Dona Ivone Lara) • Nunca mais (c/ Dona Ivone Lara) • O amor me encanta (c/ Capiba) • O mau lavrador (c/ Elton Medeiros) • Outra alegria (c/ Alceu Maia) • Palavra amiga (c/ Dona Ivone Lara) • Passa-passa (c/ Cacaso) • Perna de cera (c/ Ari Araújo) • Pingo de saudade • Pra que tristeza • Pra quê, afinal? (c/ Mauro Duarte) • Quando a paixão me dominar (c/ Ivor Lancellotti) • Quando amanheceu (c/ Elton Medeiros) • Que saudade é essa (c/ Ivor Lancellotti) • Quem samba não chora • Quem vem do alto • Reesperança (c/ Luizão Maia) • Rei por um dia (c/ Flávio Moreira) • Religião (c/ Zé Kéti) • Reverso (c/ Ataulfo Alves Jr. ) • Sá Mariquinha (c/ Mário Lago Filho) • Samba do coração (c/ Maurício Tapajós) • Samba do sétimo dia (c/ Mário Lago Filho) • Samba minha raiz (c/ Dona Ivone Lara) • Sentimento do povo (c/ Otacílio) • Serenou • Sinhá, Sinhá (c/ Noca da Portela) • Sombra • Sonho e saudade (c/ Dona Ivone Lara) • Sonho meu (c/ Dona Ivone Lara) • Sorriso de criança (c/ Dona Ivone Lara) • Sozinhos (c/ Ivor Lancellotti) • Tem jeito de alegria (c/ Sílvio Modesto) • Vai na paz (c/ Dona Ivone Lara) • Velha cicatriz (c/ Ivor Lancellotti) • Vem raiando o dia • Vendaval da vida (c/ Noca da Portela) • Vendedor de ilusões (c/ Lefê Almeida e Mário Lago Filho) • Voltar • Vou sair daqui (c/ Wilson das Neves)

Discografia:
• Canto de um povo (1980) Polydor LP
• Délcio Carvalho (1987) LP
• Afinal (1996) Leblon Records CD
• A lua e o conhaque (2000) CPC-Umes CD
• Profissão compositor (2006) Selo Olho do Tempo CD
• Délcio - inédito e eterno (caixa com 3 discos) (2007) CD


Bibliografia:
• ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira - Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Edição: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006, RJ.
• ALBIN, Ricardo Cravo. MPB, A história de um século. Rio de Janeiro: Atrações Produções Ilimitadas/MEC/Funarte, 1997.
• ALBIN, Ricardo Cravo. O livro de ouro da MPB. Rio de Janeiro: Ediouro Publicações S.A., 2003.
• CABRAL, Sérgio. Elisete Cardoso - Uma vida. Rio de Janeiro: Lumiar Editora, S/D.
• MARCONDES, Marcos Antônio. (Ed.). Enciclopédia da música brasileira - erudita, folclórica e popular. 2 v. São Paulo: Arte Editora/Itaú Cultural, 1977.
• MARCONDES, Marcos Antônio. (Ed.). Enciclopédia da música brasileira - erudita, folclórica e popular. 3. ed. São Paulo: Arte Editora/Itaú Cultural/Publifolha, 1998.
• PASCHOAL, Marcio. Pisa na fulô mas não maltrata o carcará. Vida e obra do compositor João do Vale, o poeta do povo. Rio de Janeiro: Lumiar Editora, 2000.

Fonte: http://www.dicionariompb.com.br

Série Biografia - III (Wilson Batista)

Wilson Batista (Wilson Batista de Oliveira)

3/7/1913 Campos, RJ

7/7/1968 Rio de Janeiro, RJ

Compositor. Cantor.

Filho de um humilde pintor de paredes, funcionário da guarda municipal de Campos, RJ, João Batista de Oliveira e Isaurinha Alves de Oliveira. O gosto pela música veio da convivência com o tio, Ovídio Batista, que tocava vários instrumentos e era maestro da banda "Lira de Apolo", em Campos.

Fez sua estréia como músico, batendo triângulo na banda do tio. Participou, ainda em sua cidade natal, do bloco "Corbeille de flores", para o qual compôs várias músicas. Era mulato, tinha 1,65 m de altura, cabelos ondulados e rosto fino. Chegou a cursar o Instituto de Artes e Ofícios de Campos, buscando habilitar-se no ofício de marceneiro. Não teve oportunidade de adquirir muita instrução. Assinava o nome com grande esforço. Quando era solicitado a escrever um bilhete, a situação ficava mais difícil. No entanto, era capaz de fazer um poema com grande facilidade.

Em 1929, mudou-se sozinho para o Rio de Janeiro tentar ganhar a vida como compositor indo morar por algum tempo com um tio que era gari. Tinha dificuldades de se adaptar a empregos. Chegou a trabalhar como acendedor de lampiões na Light, logo que chegou à capital do país, mas por pouco tempo. Seu sonho era vencer como compositor de sambas. Foi um boêmio inveterado. Logo que chegou ao Rio, ainda adolescente, passou a freqüentar o Mangue, zona da prostituição e os cabarés e cassinos do famoso bairro da Lapa. Foi ali que o jovem travou contato com a vida boêmia e musical da cidade. Gostava de se divertir, das mulhers e de ouvir música. Ao começo nunca foi de beber e nem era chegado ao jogo de azar. Descobriu, logo depois, a Praça Tiradentes, com seus teatros. Na década de 1930, um dos grandes mercados para compositores e músicos era o teatro musicado, de revista. Um dos pontos onde os profissionais de teatro se reuniam era a Leiteria Dom Pedro I e o Café Carlos Gomes, na Praça Tiradentes. Foi nesse local que conheceu muitos personagens da música popular daquele tempo: Roberto Martins, Nássara, Ataulfo Alves, Antônio Almeida, Geraldo Pereira, Jorge Faraj e tantos outros.

Era um contumaz vendedor de sambas e não tocava nenhum instrumento, embora fosse afinado, a não ser sua caixinha-de-fósforos. Foi casado e tornou-se pai de dois filhos, embora a vida boêmia o levasse a ficar até três dias sem aparecer em casa, para desespero da esposa. Foi morador da Ilha de Paquetá e costumava chamar a todos de "Major", fazendo o pedido de costume: "Tem um dinheirinho aí pro Cabo Wilson? ".

Viveu em meio à boemia, até o coração adoecer. Apesar da fama e do sucesso alcançado ao longo de sua carreira, morreu pobre. No fim da vida, quando encontrava um velho companheiro fazia o pedido de sempre: "Posso apanhar um dinheirinho com você, Major?". Faleceu no Hospital Sousa Aguiar, no Centro do Rio de janeiro, no dia 7 de julho de 1968, quatro dias depois de completar 55 anos. Os amigos liderados por R. C. Albin se cotizaram para levar o corpo para a Capela Santa Terezinha, ao lado do Hospital e em frente à Praça da República. No dia seguinte levaram o corpo para o cemitério do Catumbi e o sepultaram somente quando o sol se pôs. Dias antes, o Museu da Imagem e do Som tentara gravar seu depoimento. Doente, ele resistia à idéia do depoimento, quase implorando a Ricardo Cravo Albin, então diretor do MIS: "Ricardo, você não vê que não tenho voz para contar tudo o que eu quero...". Ainda assim, deixou gravado o último samba, sem nome, só assobiado e com o ritmo simples e sincopado de sua caixinha-de-fósforos, além de uma então música inédita homenageando Nelson Cavaquinho.

Começou a carreira, freqüentando os cabarés da Lapa, RJ, onde fez amizade com os irmãos Meira, malandros de má fama da época. Por causa dessa amizade, chegou a ser preso várias vezes. Logo depois, conseguiu ingressar no ambiente artístico, empregando-se como eletricista e ajudante de contra -regra no Teatro Recreio, na Praça Tiradentes. A casa vivia cheia, com as peças de Aracy Cortes e Margarida Max. Fez o primeiro samba aos 16 anos, "Na estrada da vida", que para sua alegria, foi cantado no Teatro Recreio pela própria estrêla Aracy Cortes, na época a cantora popular mais famosa da então capital da República.

Em 1932, teve sua primeira composição gravada, o samba "Por favor vai embora", parceria com Benedito Lacerda e Osvaldo Silva lançado por Patrício Teixeira na Victor. Em 1933, teve gravados os sambas "Desacato", com P. Vieira, registrado por Francisco Alves, Castro Barbosa e Murilo Caldas na Odeon e que se tornou seu primeiro sucesso; "Eu vivo sem destino", com Sílvio Caldas e Osvaldo Silva, lançado por Sílvio Caldas; "Na estrada da vida", gravado por Luiz Barbosa e a batucada "Barulho no beco", lançada por Almirante, as três últimas, na Victor. Nesse ano, Sílvio Caldas gravou na RCA Victor o samba "Lenço no pescoço", que iniciaria uma famosa polêmica musical travada com Noel Rosa. Com letra que fazia a apologia da malandragem, o samba traçava o retrato perfeito do malandro carioca daquele período: "Meu chapéu de lado/ Tamanco arrastando/ Lenço no pescoço/ Navalha no bolso/ Eu passo gingando/Provoco desafio/ Eu tenho orgulho de ser vadio/ Sei que eles falam desse meu proceder/ Eu vejo quem trabalha andar no miserê". Também nessa época, atuou como crooner de um conjunto de subúrbio, a Orquestra de Romeu de Malaguta. Nesse período, era um assíduo freqüentador da "Esquina do Pecado", reduto dos sambistas em início de carreira, uma espécie de Café Nice dos pobres. Ele era um sambista da vertente da malandragem, da vadiagem, da orgia, da gandaia. Os freqüentadores do Café Nice representavam o sambista respeitável, boêmio, mas, profissional.

Pouco tempo depois, Noel Rosa escreveu o samba "Rapaz folgado" como resposta à exaltação da malandragem feita em "Lenço no pescoço". A polêmica teve continuidade com seu samba "Mocinho da Vila". Em 1934, Noel Rosa respondeu com o samba "Feitiço da Vila" que teve como resposta o samba "Conversa fiada", respondido por Noel Rosa com o samba "Palpite infeliz". Nesse ano, teve gravados os samba "Cadê a fantasia", parceria com Valfrido Silva, por Almirante e "Está no meu caderno", com Benedito Lacerda e Osvaldo Silva, por Mário Reis, ambos na Victor. No ano seguinte,o Bando da Lua gravou na Victor o samba "Raiando", com Murilo Caldas, que por sua vez, gravou na Columbia a marcha "Se você morrer", com Roberto Martins. Deu ainda sequência à polêmica com Noel Rosa com mais dois sambas, "Frankenstein da Vila" e "Terra de cego", que acabaram não recendo resposta. Apesar dessa polêmica, acabou ficando amigo de Noel Rosa.

Em 1936, com Erasmo Silva, que ele considerava um sósia seu, constituiu a dupla "Verde e Amarelo" que chegou a gravar dez disco em 78 rpm. Fizeram temporada de três meses em Buenos Aires, Argentina, junto com a orquestra "Os Almirantes Jonas". De volta ao Brasil, ficaram um ano em São Paulo, onde gravaram o primeiro disco, com as Irmãs Vidal, pela Columbia, com as músicas "Adeus, adeus", de Francisco Alves e Frazão e "Ela não voltou", dos mesmos autores e mais Aluísio Silva Araújo. Em São Paulo, trabalharam nas rádios Atlântica, de Santos e Record, da capital paulista. Fizeram temporada em Porto Alegre e Pelotas, retornando à São Paulo para trabalharem na Rádio Tupi. Também em 1936, seu samba "Não durmo em paz", com Germano Augusto, foi gravado na Odeon por Carmen Miranda.

EM 1937, gravou com Erasmo Silva o samba "Não devemos brigar". Em 1938, atuando com Erasmo Silva em São Paulo, recebeu uma carta de Sílvio Caldas avisando que a Rádio Mayrink Veiga tinha interesse em contratá-los. Voltaram ao Rio de Janeiro e passaram a atuar naquela rádio com sucesso. Mas ele não pretendia fazer carreira como cantor. Queria mesmo era firmar-se como compositor. Erasmo Silva, percebendo que o parceiro não tinha o mesmo objetivo que ele, decidiu voltar à Argentina, desfazendo a dupla "Verde e Amarelo", que o famoso locutor da rádio, César Ladeira anunciava como tendo "cores diferentes, vozes iguais!". No mesmo ano seguinte, seu samba "O teu riso tem", parceria com Roberto Martins foi lançado pela Odeon na voz de Sílvio Caldas. Conheceu seu primeiro grande sucesso na voz de Moreira da Silva com o samba "Acertei no milher", parceria com Geraldo Pereira gravado na Odeon. Nesse ano, Cinara Rios gravou na Victor o samba "Artigo nacional", com Germano Augusto. Também na Victor, Aracy de Almeida gravou "Brigamos outra vez" e Odete Amaral "Chinelo velho", sambas feitos em parceria com Marino Pinto. Também no mesmo ano, teve gravados na Columbia a marcha "Cowboy do amor", com Roberto Martins, pelos Anjos do Inferno e "Carta verde", samba com W. Silva e A . Lima, gravado por Zilá Fonseca. Nessa época, tinha um "relações públicas", talvez o primeiro a surgir em nossa música popular, o amigo português Germano Augusto, que se tornou parceiro seu parceiro em 14 músicas. Germano era mestre em "descobrir" músicas entre marinheiros freqüentadores da zona do baixo meretrício. Através de Germano, conheceu o bicheiro China, para quem vendeu várias músicas. Quando estava sem dinheiro, procurava o China: "Quer um sambinha barato, Major?". Ainda em 1939, compôs com Ataulfo Alves o samba "Oh! Seu Oscar" gravado por Cyro Monteiro na Victor e que venceu o concurso de músicas para o carnaval, promovido pelo DIP, Departamento de Imprensa e Propaganda, do governo Vargas.

Por volta de 1940, sua temática mudou, por conta de suas novas parcerias, e, principalmente, pela influência de uma portaria do governo que proibia a exaltação da malandragem. Nessa época, elegeu Cyro Monteiro e Aracy de Almeida como seus dois intérpretes favoritos. Com Cyro Monteiro obteve grande sucesso em 1940 com o samba "O bonde de São Januário", parceria com Ataulfo Alves, que tinha uma letra de exaltação ao trabalho e que foi muito cantado no carnaval seguinte, seja com a letra original, seja com a alteração promovida pela população que em lugar de cantar "O bonde São Januário/Vai levar mais um operário/Sou eu que vou trabalhar", passou a cantar: "O bonde São Januário vai levar mais um otário/Pra ver o Vasco apanhar". Teve mais um samba lançado por Aracy de Almeida em 1941, "Eu não sou daqui", parceria com Ataulfo Alves. Nesse ano, fez com Moreira da Silva o samba "Esta noite eu tive um sonho", gravado por Moreira da Silva e com Haroldo Lobo a marcha "Essa vida não é sopa", grabada por Patrício Teixeira. Também no mesmo ano, Vassourinha gravou com grande sucesso na Columbia o samba "Emilia".

Em 1942, teve outra parceria com Ataulfo Alves gravada, o samba "Faz um homem enlouquecer", lançado por Cyro Monteiro na Victor. Nesse ano, Carlos Galhardo gravou o samba "Largo da Lapa", com Marino Pinto; Sílvio Caldas o samba "Meus vinte anos", parceria dos dois e Déo os sambas "No mundo da lua", com Zé da Zilda e "A outra santa", com Jorge de Castro. No ano seguinte, obteve novo grande sucesso com o samba "Louco (Ela é o seu mundo), parceria com Henrique de Almeida gravado por Orlando Silva na Odeon. Também em 1943, teve gravados os sambas "Gosto mais do Salgueiro", parceria com Germano Augusto, por Aracy de Almeida na Odeon; "Fala baiano", com Roberto Martins, lançado pelos Anjos do Inferno na Columbia e "Botões de laranjeira", com Jorge de Castro gravado por Orlando Silva na Odeon.

Em 1944, Carlos Galhardo gravou na Victor o samba "Deus no céu e ela na terr", parceria com Marino Pinto. Também nesse ano, o samba "Como se faz uma cuíca" foi gravado pelos Anjos do Inferno na Victor e a marcha "O mundo às avessas" e o samba "Não tenho juízo", as duas com Haroldo Lobo, por Aracy de Almeida na Odeon. Em 1945, Linda Batista gravou na Victor a marcha "No boteco do José", parceria com Augusto Garcez, e que fazia uma brincadeira com a torcida do Vasco da Gama e que foi grande sucesso do carnaval do ano seguinte.

Teve gravado em 1946, por Aracy de Almeida na Odeon, o samba "Memórias de torcedor", parceria com Geraldo Gomes. A mesma Aracy de Almeida regravou com sucesso nesse ano o samba "Louco (Ela é o seu mundo)"; Carlos Galhardo lançou na Victor o samba "Comício em Mangueira", com Germano Augusto e Orlando Silva gravou na Odeon o samba "Gostei de você", com Arlindo Marques Junior. Três anos depois, conheceu no grande sucesso carnavalesco com a marcha "Pedreiro Valdemar", parceria com Roberto Martins e gravada por Blecaute em novembro do ano anterior. Em novembro de 1949, Jorge Goulart gravou na Continental a marcha "Balzaquiana", cujo título se reporta ao escritor francês Honoré de Balzac, parceria com Nássara e grande sucesso no carnaval do ano seguinte. Ainda em 1949, fez sucesso com o samba "Chico Brito", com Afonso Teixeira gravado por Dircinha Batista na Odeon. Este samba, aliás, foi o primeiro a fazer referência à maconha na MPB.

Em 1950, Dircinha Batista gravou na Odeon a marcha "Pindamonhangaba", com Pedro Caetano. No ano seguinte, a marcha "Pombinha branca", com Nássara foi gravada por Gilberto Milfont na Victor. Na mesma gravadora, o grupo Anjos do Inferno gravou o samba "Olhos vermelhos", com Roberto Martins. Ainda nesse ano, conheceu novo sucesso como samba "Mundo de zinco", parceria com Nássara e gravado por Jorge Goulart na Continental. Em 1952, Nelson Gonçalves lançou na Victor a marcha "Minha linda hindu", parceria com Nássara e os Quatro Azes e Um Coringa o samba "Garota dos discos", com Afonso Teixeira.

A marcha "Um brasileiro em Paris", com Jorge de Castro e o samba "Sistema nervoso", com Arlindo Marques Júnior e Roberto Roberti foram gravadas por Orlando Correia na Todamérica em 1953, mesmo ano em que Emilinha Borba gravou na Continental o "Baião de São Pedro", com Alberto Rego e Nelson Gonçalves na Victor o samba "Datilógrafa", com Jorge Faraj. Roberto Silva gravou em 1955 na Copacabana o samba "Vedete", com Jorge de Castro. Nesse ano, teve mais uma de suas composições de temática sobre o futebol gravada, o "Samba rubro-negro", com Jorge de Castro lançado por Roberto Silva na Copacabana. No ano seguinte com Jorge de Castro e Nássara fez o samba "Vou para Goiás" gravado na Victor por Nelson Gonçalves. Ainda em 1956, as músicas de sua polêmica com Noel Rosa foram reunidas no LP "Polêmica", da gravadora Odeon, interpretadas por Roberto Paiva e Francisco Egídio.

Em 1957, teve gravados o samba "Vagabundo", com Jorge de Castro por Roberto Silva na Copacabana; "Taberna", com Cícero Nunes, por Roberto Luna na Odeon e "Sempre Mangueira", com Jorde de Castro e Nássara, por Jorge Goulart na Continental e a marcha "Uma vaca Vitória", com Jorge Murad, por Jorge Veiga na Continental. Em 1958, Gilberto Alves gravou na Copacabana a marcha "Velhice transviada" e Jorge Goulart na Victor o samba "O último samba", parcerias com Jorge de Castro. Nesse ano, o samba "Rei do futebol", com Jorge de Castro foi gravado por Roberto Silva na Copacabana. No ano seguinte, homenageou o jogador Garrincha, do Botafogo o Rio com a marcha "Mané Garrincha" gravada pela vedete Angelita Martinez.

Em 1961, fez com Jorge de Castro, o principal parceiro da fase final de sua carreira, o samba "A última mulher" gravado por João Dias na Columbia e com Jorge de Castro e Luiz Vanderley o chachacha "Rei Pelé", homenagem ao jogador de futebol Pelé, gravado por Luiz Vanderley na Victor. Dois anos depois a vedete Anilza Leoni gravou no selo Albatroz a marcha "Terezinha", com J. Batista. Em 1968, foi conviado a participar da Bienal do samba em São Paulo, criada pela TV Record, mas sua música acabou chegando atrasada e não foi incluída no Festival. Por solicitação do crítico R. C. Albin, contudo, ele foi homenageado na finalíssima do evento com um pot-pourri dos seus maiores sucessos. Esta seria a última homenagem pública que lhe foi prestada enquanto ainda vivia.

Em 1977, teve os sambas "O bonde São januário", "Oh! Seu Oscar", "Mundo de zinco" e "Louco" regravadas pelo grupo vocal MPB-4 no LP "Antologias volume 2". Em 1979, Paulino da Viola regravou o samba "Chico Brito". Em 1985, foi publicado pela Funarte o livro "Wilson Batista e sua época", de Breno Ferreira Gomes.

Em 1995, Cristina Buarque regravou "Memórias de torcedor" no CD "Estácio e Flamengo 100 anos de samba e amor". Em 1997, a editora Globo, na série "MPB - Compositores" lançou um fascículo e um Cd dedicados a sua obra. Nesse CD estão presentes 12 composições suas, entre as quais, "Sistema nervoso", que havia sido gravado por Simone em seu segundo LP, interpretado por Paulinho Boca de cantor, "Flor da Lapa", por Cristina Buarque, "Meu mundo é hoje", por Eliete Negreiros e "Samba rubro-negro", por Carlinhos Vergueiro.

Obra:
A carta (c/ José Batista) • A conversa dos olhos (c/ Jorge de Castro) • A mão do Alcides (c/ Bento G. F. Gomes e Bruno Ferreira Gomes) • A mulher que eu gosto (c/ Ciro Sousa) • A nova Lapa (c/ José Batista e Antônio B. Freitas) • A respeito de amor (c/ Arnô Canegal) • A última mulher (c/ Jorge de Castro) • A vaca Vitória (c/ Jorge Murad) • A voz do sangue (c/ Valfrido Silva) • Abandonada (c/ Ari Monteiro e Alberto Rego) • Abigail (c/ Orestes Barbosa) • Acertei no milhar (c/ Geraldo Pereira) • Ai, ai que pena (c/ David Nasser) • Ai, ai, meu Deus (c/ Ataulfo Alves) • Ai... Ari (c/ Jorge de Castro) • Amor que maltrata (c/ Jorge de Castro) • Amor-perfeiro (c/ Ataulfo Alves) • Anjo cruel (c/ Alberto Rego) • Anjo dos ares (c/ Jorge de Castro) • Apaguei o nome dela (c/ Jorge de Castro e Haroldo Lobo) • Apesar dos pesares (c/ Jorge de Castro) • Argentina (c/ Newton Teixeira) • Artigo Nacional (c/ Germano Augusto) • As pupilas do seu Bocage (c/ Arnaldo Pais) • Até Jesus (c/ Ataulfo Alves) • Baião de São Pedro (c/ Alberto Rego) • Balzaquiana (c/ Nássara) • Barulho no beco (c/ Osvaldo Silva) • Bastião (c/ Brasinha) • Benedito não é de briga (c/ Germano Augusto) • Boca de siri (c/ Germano Augusto) • Bolha d'água (c/ Jorge de Castro) • Bolinho de cachaça (c/ Jorge de Castro e Antônio Almeida) • Bonjour, meu Rio (c/ Álvaro Matos e Antônio Barbosa Freitas) • Botões de laranjeira (c/ Jorge de Castro) • Brigamos outra vez (c/ Marino Pinto) • Cabelo branco (c/ Orestes Barbosa) • Cabo Laurindo (c/ Haroldo Lobo) • Cadê a fantasia? (c/ Valfrido Silva) • Cadê a Jane? (c/ Erasmo Silva) • Café Nice (c/ Jorge de Castro) • Cala a boca, Etelvina (c/ Antônio Almeida) • Calúnia (c/ Erasmo Silva) • Canção de crianças sem brinquedo (c/ Ari Monteiro) • Candango feliz (c/ Jorge de Castro e Antônio Almeida) • Cansei de chorar • Canta... • Cara boa (c/ Jorge de Castro e Alberto Jesus) • Cara-de-pau (c/ Flora Matos e L. W. de Almeida) • Cara-de-pau (c/ Isaías Ferreira e Átila Nunes) • Carcará chegou (c/ Antônio Barbosa Freitas e W. Levita) • Carmen (c/ Jorge de Castro) • Carta verde (c/ Valfrido Silva e Lima) • Casa vazia (c/ Erasmo Silva) • Casinha pequenina (c/ Murilo Caldas) • Cego de amor (c/ Geraldo Pereira) • Chico Brito (c/ Afonso Teixeira) • Chico Viola (c/ Nássara) • Chinelo velho (c/ Marino Pinto) • Chorei por você (c/ Jorge de Castro) • Cidade de São Sebastião (c/ Nássara) • Cigano (c/ Jorge de Castro) • Cinderela (c/ Jorge de Castro e José Utrini) • Cinzas de amor (c/ Jorge de Castro) • Cocktail de 44 (c/ Haroldo Lobo) • Coisas do destino • Coisas nossas (c/ Jorge de Castro) • Com açúcar (c/ Darci de Oliveira) • Comício em Mangueira (c/ Germano Augusto) • Como se faz uma cuíca (c/ Haroldo Lobo) • Complexo (c/ Magno de Oliveira) • Consuelo (c/ José Batista) • Conversa de mercadinho (c/ Álvaro Matos e Antônio Barbosa Freitas) • Conversa fiada • Copacabana à noite (c/ Jorge de Castro) • Coração otário (c/ José Batista) • Cosme e Damião (c/ Jorge de Castro) • Cowboy do amor (c/ Roberto Martins) • Cupido (c/ Jorge de Castro) • Datilógrafa (c/ Jorge Faraj) • Deixa vir a mim as mulheres (c/ Jorge de Castro) • Depois da discussão (c/ Marino Pinto) • Depois que a saudade passou (c/ Jorge de Castro) • Derrota (c/ José Batista) • Desacato (c/ Murilo Caldas) • Desacato (c/ Paulo Vieira) • Desejo (c/ Jorge de Castro) • Despedida cruel (c/ Álvaro Matos e Antônio Barbosa Freitas) • Despejo (c/ José Batista) • Deus no céu e ela na terra (c/ Marino Pinto) • Dez minutos de amor (c/ Valdemar Gomes) • Dezesseis é leão (c/ José Batista) • Diagnóstico (c/ Germano Augusto) • Direito de sambar (c/ Antônio Barbosa Freitas) • Disse me disse • Doida (c/ Jorge de Castro) • Dolores Sierra (c/ Jorge de Castro) • Don Juan (c/ Bruno Ferreira Gomes) • Dona Elvira (c/ Aldo Cabral) • Drama de amor (c/ Jorge de Castro) • Duas janelas (c/ Jorge Faraj) • Dúvida (c/ Jorge de Castro) • É mato (c/ Alvaiade) • E o cinqüenta e seis não veio (c/ Haroldo Lobo) • É tudo meu (c/ Nássara) • Ela é (c/ Claudionor Cruz) • Elza (c/ Roberto Martins) • Elza (c/ Vicente Longo e Valdemar Camargo) • Emília (c/ Haroldo Lobo) • Essa mulher tem qualquer coisa na cabeça (c/ Cristóvão de Alencar) • Essa vida não é sopa (c/ Haroldo Lobo) • Esta noite eu tive um sonho (c/ Moreira da Silva) • Estás no meu caderno (c/ Benedito Lacerda e Osvaldo Silva) • Eu e o mar (c/ José Batista) • Eu lhe avisei (c/ Alberto Jesus) • Eu não sou daqui (c/ Ataulfo Alves) • Eu sou de Niterói (c/ Ataulfo Alves) • Eu também sou Batista (c/ José Batista) • Eu vivo sem destino (c/ Sílvio Caldas e Osvaldo Silva) • Fala, baiano (c/ Roberto Martins) • Fantoche (c/ Américo Seixas) • Faz um homem enlouquecer (c/ Ataulfo Alves) • Felicíssimo (c/ Alberto Jesus) • Festa em meus olhos (c/ Jorge de Castro) • Filomena, cadê o meu? (c/ Antônio Almeida) • Fim de mundo (c/ Jorge de Castro e José Utrini) • Flerte (c/ Jorge de Castro) • Flor da Lapa (c/ César Brasil) • Foi milagre (c/ Nássara) • Formosa Argentina (c/ Germano Augusto) • Frankenstein da Vila • Ganha-se pouco mas é divertido (c/ Ciro de Sousa) • Garota bossa nova (c/ Antônio Almeida e Jorge de Castro) • Garota dos discos (c/ Afonso Teixeira) • Garota enxuta (c/ Jorge de Castro e Átila Nunes) • Gaúcho bom (c/ Roberto Martins) • Geni (c/ Jorge de Castro e Átila Nunes) • Gênio mau (c/ Rubens Soares) • Gostei de você (c/ Arlindo Marques Júnior) • Gosto mais do Salgueiro (c/ Germano Augusto) • Greve de alegria (c/ Arlindo Marques Júnior e Roberto Roberti) • Grito das selvas (c/ Augusto Garcez) • Guiomar (c/ Haroldo Lobo) • Heloísa (c/ Jorge de Castro e Luís Wanderley) • Hilda (c/ Haroldo Lobo) • Hildebrando (c/ Haroldo Lobo) • História da favela (c/ Nássara) • História da Lapa (c/ Jorge de Castro) • História de criança (c/ Germano Augusto) • Homem marcado (c/ Erasmo Silva) • Imploro uma esmola (c/ Antônio Almeida) • Incompatibilidade (c/ Jorge de Castro) • Índio Perpétuo (c/ Alberto Jesus e Paulinho) • Inimigo do batente (c/ Germano Augusto) • Inocente (c/ Brasinha e Marcleo) • Interessante (c/ Erasmo Silva) • Intriga (c/ Magno de Oliveira) • Já sei (c/ L. Paiva) • João sem teto (c/ Roberto Roberti e Arlindo Marques Júnior) • Juvenal (c/ Jorge de Castro) • Lá vem Mangueira (c/ Jorge de Castro e Haroldo Lobo) • Ladrão de corações (c/ Valfrido Silva) • Lar vazio (c/ Nóbrega de Macedo) • Largo da Lapa (c/ Marino Pinto) • Lavei as mãos (c/ Marino Pinto) • Lenço no pescoço • Levante a moral (c/ Jorge de Castro) • Linda cubana (c/ Jorge de Castro e Jorge Neves Bastos) • Louco (Ela é seu mundo) (c/ Henrique de Almeida) • Louco (c/ Antônio Almeida) • Mãe solteira (c/ Jorge de Castro) • Mais respeito com a Bahia (c/ Luís Wanderley) • Mais uma taça (c/ Jorge de Castro) • Mal-agradecido (c/ Buci Moreira) • Mamãe orando (c/ Paulo Gesta) • Mané Garrincha (c/ Jorge de Castro e Nóbrega de Macedo) • Mangueira, meu berço (c/ Jorge de Castro e Átila Nunes) • Mania da falecida (c/ Ataulfo Alves) • Marcha da fofoca (c/ Jorge de Castro) • Marcha da galinha (c/ Jorge de Castro) • Marcha das fãs (c/ Jorge de Castro) • Marcha do boi (c/ Jorge de Castro) • Marcha do bombeiro (c/ Américo Pires) • Marcha do cau-cau • Marcha do corcundinha (c/ Américo Seixas) • Marcha do J. J. (c/ Jorge de Castro) • Marcha do pião (c/ Jorge de Castro e Nássara) • Margarida (c/ Haroldo Lobo) • Maria da sorte (c/ Nássara) • Maria Isabel (c/ Erasmo Silva) • Mariposa (c/ João da Baiana) • Martírio (c/ Roberto Roberti e Arlindo Marques Júnior) • Matéria plástica (c/ Jair Amorim) • Me dê meu boné (c/ Jorge de Castro) • Meia-noite (c/ José Batista e Brasinha) • Memórias de torcedor (c/ Geraldo Gomes) • Mercador (c/ Ari Monteiro) • Meu assunto é sambar (c/ Lourival Ramos) • Meu drama (c/ Ataulfo Alves) • Meu mundo é hoje (c/ José Batista) • Meu viver (c/ Jorge de Castro e Verinha Falcão) • Meus vinte anos (c/ Sílvio Caldas) • Minha linda hindu (c/ Nássara) • Miss Brasil (c/ Jorge de Castro e Américo Seixas) • Miss Mangueira (c/ Antônio Almeida) • Mocinho da Vila • Mulher do seu Oscar (c/ Ataulfo Alves) • Mundo cruel (c/ Paulo Marques) • Mundo de madeira (c/ Jorge de Castro) • Mundo de zinco (c/ Nássara) • Na base do amendoim (c/ Jorge de Castro) • Na estrada da vida • Não devemos brigar • Não durmo em paz (c/ Germano Augusto) • Não é economia (c/ Haroldo Lobo) • Não era assim (c/ Haroldo Lobo) • Não sei dar adeus (c/ Ataulfo Alves) • Não sou Manuel (c/ Roberto Martins) • Não tenho juízo (c/ Haroldo Lobo) • Não tô charlando (c/ Jorge de Castro) • N-A-O-til, não (c/ Marino Pinto) • Naquela base (c/ Jorge de Castro) • Nasci cansado (c/ Henrique Alves) • Nega Luzia (c/ Jorge de Castro) • No boteco do José (c/ Augusto Garcez) , • No fim da estrada (c/ Nóbrega de Macedo) • No mundo da lua (c/ Zé da Zilda) • No tempo do vintém (c/ Jorge de Castro) • Noite de amor (c/ Jorge de Castro) • Nosso presidente continua (c/ Haroldo Lobo) • O Alberto bronquiou (c/ Haroldo Lobo) • O bom é ele (c/ Alberto Jesus) • O bonde de São Januário (c/ Ataulfo Alves) • O cinzeiro de Zazá (c/ Nássara) • O coração é meu (c/ Erasmo Silva) • O doutor quer falar com você (c/ Alberto Maia) • O gato e o rato (c/ Augusto Garcez e Arnô Canegal) • O homem dos bilhetinhos (c/ Jorge de Castro e Luís Wanderley) • O Juca do pandeiro (c/ Augusto Garcez) • O mundo às avessas (c/ Haroldo Lobo) • O mundo vai se admirar (c/ Erasmo Silva) • O princípio do fim (c/ Jorge de Castro) • O Senhor do Bonfim te enganou (c/ Claudionor Cruz e Pedro Caetano) • O último (c/ Jorge de Castro) • Oh! dona Inês (c/ Marino Pinto) • Oh! seu Oscar (c/ Ataulfo Alves) • Olha a cara desse boneco (c/ Jorge de Castro e Luís Wanderley) • Olha lá um balão (c/ Roberto Martins) • Olho nela (c/ Germano Augusto) • Olhos vermelhos (c/ Roberto Martins) • Outras mulheres (c/ Jorge de Castro) • Papai não vai (c/ Ataulfo Alves) • Parabéns pra você (c/ Roberto Martins) • Parabéns, Rio (c/ Alberto Jesus) • Passou (c/ Magno de Oliveira) • Paulistinha (c/ Osvaldo Morigge) • Pausa para meditação (c/ Américo Seixas) • Pé-de-ouro (c/ Oldemar Magalhães) • Pedreiro Valdemar (c/ Roberto Martins) • Pertinho do céu (c/ Roberto Martins) • Pierrô (c/ Jorge de Castro e Nicolau Durso) • Pindamonhangaba (c/ Pedro Caetano) • Pombinha branca (c/ Nássara) • Por favor, vai embora (c/ Benedito Lacerda e Osvaldo Silva) • Prece ao sol (c/ Jorge de Castro) • Preconceito (c/ Marino Pinto) • Presente do céu (c/ Jorge de Castro) • Quando dei adeus (c/ Ataulfo Alves) • Que papagaio sou eu? (c/ Henrique de Almeida) • Quero evitar (c/ Max Bulhões) • Quero um samba (c/ Valdemar Gomes) • Raiando (c/ Murilo Caldas) • Recado que a Maria mandou (c/ Haroldo Lobo) • Refletindo bem (c/ J. Cascata) • Rei do futebol (c/ Jorge de Castro) • Rei Pelé (c/ Jorge de Castro e Luís Wanderley) • Rio quatrocentão (c/ Luís Wanderley) • Rosalina (c/ Haroldo Lobo) • Rosas Vermelhas (c/ Jorge de Castro) • Sabotagem no morro (c/ Haroldo Lobo) • Samba da lanterna (c/ Jorge de Castro) • Samba do Méier (c/ Dunga) • Samba do tricampeão (c/ Jorge de Castro) • Samba rubro-negro (c/ Jorge de Castro) • Sambei vinte e quatro horas (c/ Haroldo Lobo) • Saudade no sangue (c/ Jorge de Castro) • Saudade (c/ Jorge de Castro e José Utrini) • Saudades (c/ Murilo Caldas) • Se eu fosse pintor (c/ Ataulfo Alves) • Se não fosse eu... (c/ Haroldo Lobo e Jorge de Castro) • Se você morrer (c/ Roberto Martins) • Sempre Mangueira (c/ Jorge de Castro e Nássara) • Senhor açougueiro (c/ Erasmo Silva) • Senhor do Corcovado (c/ Roberto Martins) • Será (c/ Ataulfo Alves) • Sereia de Copacabana (c/ Nássara) • Sinhá-moça (c/ Alberto Rego) • Sistema nervoso (c/ Roberto Roberti) • Skindô (c/ Luís Wanderley) • Só apanho resfriado (c/ Erasmo Silva) • Só para mulheres (c/ Ari Monteiro) • Só vejo você (c/ Roberto Martins) • Sofia Loren (c/ Jorge de Castro) • Sorria (c/ Jorge de Castro) • Sou fã da jovem guarda (c/ Antônio Barbosa Freitas e L. França Santos) • Sou um barco (c/ Alberto Rego) • Suplício (c/ Nóbrega de Macedo e Brasinha) • Tá Maluca (c/ Germano Augusto) • Tá na cara (c/ Carlos Machado) • Taberna (Você me condena) (c/ Cícero Nunes) • Tango do amor (c/ Manuel Cartaz) • Tenho que fugir (c/ Germano Augusto) • Tenor de banheiro (c/ Arnaldo Pais) • Teresinha (c/ José Batista) • Terra boa (c/ Ataulfo Alves) • Terra de cego • Teu riso tem (c/ Roberto Martins) • Tião (c/ Jorge de Castro) • Timidez (c/ Marcleo) • Todo vedete (c/ Jorge de Castro) • Tortura mental (c/ Jorge de Castro) • Trinta e três (c/ Jorge de Castro) • Tu não me dizes (c/ Erasmo Silva) • Um baile na chacrinha (c/ José Batista) • Um brasileiro em Paris (c/ Jorge de Castro) • Um pedaço de mim (c/ Cristóvão de Alencar) • Uma casa brasileira (c/ Everaldo de Barros) • Vagabundo (c/ Jorge de Castro) • Vale mais... (c/ Marino Pinto) • Vedete (c/ Jorge de Castro) • Velhice transviada (c/ Jorge de Castro) • Velho marinheiro (c/ Alberto Ribeiro) • Vinte e cinco anos (c/ Cristóvão de Alencar) • Virou... virou... (c/ Roberto Martins) • Vivaldino (c/ Jorge de Castro e José Utrini) • Você é meu xodó (c/ Ataulfo Alves) • Você já foi a São Paulo? (c/ Jorge de Castro) • Volta para casa, Emília (c/ Antônio Almeida) • Volte, meu amor (c/ Erasmo Silva) • Volúvel (c/ Oldemar Magalhães e César Brasil) • Vou botar no fogo (c/ Nássara) • Vou jogar meu pandeiro fora (c/ Arnô Provenzano e José P. Silva Júnior) • Vou pra Goiás (c/ Jorge de Castro e Nássara) • Vulto (c/ Marino Pinto)

• ALBIN, Ricardo Cravo. O livro de ouro da MPB - A História de nossa música popular de sua origem até hoje. Rio de Janeiro: Ediouro, 2003.
• AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.
• CARDOSO, Sylvio Tullio. Dicionário biográfico da música popular. Rio de Janeiro: Edição do autor, 1965.
• GOMES, Breno Ferreira. Wilson Batista e sua época. Rio de Janeiro: Funarte, 1985.
• MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.
• SEVERIANO, Jairo e MELLO, Zuza Homem de. A canção no tempo. Volume1. São Paulo: Editora: 34, 1999.
• VASCONCELOS, Ari. Panorama da música popular brasileira - volume 2. Rio de Janeiro: Martins, 1965.

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